Empresa russa, que mudou a forma de fazer guerra com a sua AK-47, apresentou agora um pequeno drone para ser usado em missões suicidas.
Foi numa feira de material de defesa em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, que o Kalashnikov Group apresentou a sua mais recente invenção: um drone miniatura que explode após cumprida a sua missão. A empresa russa, que mudou a forma de fazer guerra com a sua espingarda AK-47, volta agora a usar a mesma estratégia: tecnologia fiável a preço simpático.
Quase perdido no meio dos tanques e dos aviões de combate presentes na feira de armamento que decorre de dois em dois anos, o pequeno drone kamikaze pretende ser a arma do futuro. Chamado KUB-UAV, o aparelho é simples de operar, eficiente e barato, garante a empresa. O drone vai “ser um passo em frente numa nova forma de combate”, explicou ao The Washington Post Sergey Chemezov, chairman da Rostec, a empresa estatal russa que controla a Kalashnikov.
O KUB-UAV tem pouco mais de 1,20 metros e consegue voar durante 30 minutos a uma velocidade de 130 km/h, enquanto transporta uma carga de 2,7 quilos de explosivos, segundo um comunicado da empresa. Apesar de não terem divulgado o preço do KUB-UAV, a Kalashnikov garante que vai ser “muito barato”.
O preço foi precisamente um dos segredos do sucesso da AK-47. Também a eficiência e a facilidade de ser manobrada fez da espingarda russa criada em 1949 uma das favoritas dos grupos armados, revolucionários e rebeldes um pouco por todo o mundo, sobretudo nos regimes da América Latina, África e Ásia na esfera de influência da União Soviética. Mas ainda hoje é fácil encontrar uma nas mãos de um combatente, seja na Somália ou na Síria. E até foram usadas pelos terroristas nos atentados de Paris em 2015.
Os drones suicidas não são novos. O Estado Islâmico foi dos primeiros grupos terroristas a usar drones comerciais aos quais juntava cargas explosivas, tendo usado a técnica na Síria e no Iraque.
C/Dn.pt