Consumada invasão militar da Ucrânia pela Rússia

Rússia avança para invasão militar da Ucrânia e já há oito mortos confirmados.

A prevista invasão russa da Ucrânia foi consumada esta madrugada, acto já condenado pela ONU e a União Europeia. O pretexto do presidente russo Vladimir Putin para os ataques ao território ucraniano é a defesa dos separatistas “em Donbas” no leste do país. “Tomei a decisão por uma operação militar”, declarou Putin esta quinta-feira numa mensagem de televisão inesperada pouco antes das 03h00 . Na mensagem, o mandatário russo pediu aos militares ucranianos que “deponham as armas” e acrescentou que o objectivo não é “a ocupação”, mas sim a “desmilitarização” da Ucrânia.

Ciente da potencial reação dos Estados Unidos e da União Europeia, Putin foi avisando que qualquer tentativa por parte de outros países de interferir na operação militar irá ter “consequências que nunca viram”.

A declaração televisiva de Putin foi para o ar enquanto nas Nações Unidas se discutia a resolução com vista a condenar a Rússia pelas suas ações na Ucrânia. Um documento com veto garantido pela própria Rússia.

Houve durante a madrugada relatos de sons de explosões ouvidos em Kiev, a capital ucraniana, vindo depois a saber-se tratarem-se de ataques com mísseis a aeroportos, localizados nos arredores da cidade. Tal informação revela que a operação militar russa não se limita a Donbas, como Putin anunciou, uma vez que Kiev se localiza a várias centenas de quilómetros de distância.

Após esta escalada, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou novas “sanções pesadas” contra a Rússia, avisando ao Presidente russo para “não subestimar” a União Europeia (UE). “Estamos perante um acto de agressão sem precedentes por parte da liderança russa contra um país soberano e independente. O alvo dos russos não é apenas Donbass, o alvo não é apenas a Ucrânia, o alvo é a estabilidade na Europa e toda a ordem internacional de paz e responsabilizaremos o Presidente Putin por isso, pelo que, ainda hoje, apresentaremos um pacote de sanções pesadas e direccionadas aos líderes europeus”, anunciou Ursula von der Leyen.

Numa curta declaração à imprensa em Bruxelas, a responsável explicou que as novas medidas restritivas, que surgem menos de um dia após o aval formal a uma lista de 27 entidades e indivíduos, entre os quais o ministro da Defesa russo, visam “sectores estratégicos da economia russa, bloqueando o acesso a tecnologias e mercados que são fundamentais para a Rússia”.

Ursula von der Leyen assegura que a intenção é enfraquecer a base económica da Rússia e a sua capacidade de modernização. “Além disso iremos congelar os activos russos na UE e impedir o acesso dos bancos russos aos mercados financeiros europeus”, especificou, deixando claro que a UE vai afectar os interesses do Kremlin e a sua capacidade de financiar a guerra.

A Ucrânia afirma que pelo menos oito mortes e mais de uma dezena de feridos nas primeiras horas da invasão russa.

C/ Dn.pt e Público.pt

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