A passagem do ciclone Kenneth por Moçambique deixou pelo menos um morto, de acordo com um primeiro balanço. A vítima terá sido atingida por um coqueiro em Pemba, a principal cidade do norte e capital da província do Cabo Delgado. Na ilha de Íbo, onde moram seis mil habitantes, 90% das casas foram destruídas. Ao contrário das informações iniciais, este ciclone foi menos violento do que o Idai, que atingiu o país em março.
As autoridades moçambicanas ainda estão a calcular os estragos causados nas últimas horas pelo ciclone, que atingiu o país com ventos de mais de 200 km/hora. O relatório preliminar do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades indica que não há energia elétrica e nem comunicação em cidades da província de Cabo Delgado, a região mais atingida pelo ciclone.
Na ilha do Íbo, noventa por cento das casas foram parcialmente danificadas. Os centros de acolhimento estão lotados. Em Quissanga, casas foram destruídas, principalmente as que ficam nas zonas altas. Algumas estradas também foram atingidas, mas parcialmente -nada que vá atrapalhar a circulação de carros.
O governo de Moçambique já tinha decretado alerta vermelho. Já o da província de Cabo Delgado ordenou a evacuação de quase 700.000 pessoas que vivem em áreas de risco. O Instituto Nacional de Gestão de Calamidades disse que, até horas antes da chegada do ciclone, tinha conseguido retirar mais de trinta mil pessoas dessas áreas e garantiu que tem comida suficiente para alimentar cento e quarenta mil pessoas por quinze dias.
Locais públicos como escolas foram preparados para receber desabrigados em dez distritos da província de Cabo Delgado. Esta foi a primeira vez que dois ciclones atingiram Moçambique na mesma temporada.
Ciclone perde força
O ciclone já perdeu força e se dissipou segundo o centro de emergência de Moçambique. Os ventos agora são de 80 quilômetros por hora, sendo que o ciclone avança em direção a Tanzânia, mas espera-se que chegue fraco.
Antes de atingir Moçambique, “Kenneth” deixou um rastro de destruição na ilha francesa Mayote e em Comores, onde três pessoas morreram e 20 ficaram feridas, além de ter devastado boa parte do arquipélago. Ondas inundaram aldeias e muitas áreas ficaram sem energia. Estima-se que cerca de mil pessoas estejam desabrigadas, a maioria crianças.
C/RFi