Quatro pessoas morreram no Brasil supostamente devido ao consumo de cerveja contaminada com dietilenoglicol, substância tóxica que causa a síndrome nefroneural. Segundo informações divulgadas pelo Ministério da Agricultura brasileira, foi comprovada a contaminação, pela mesma substância, da água usada no processo de refrigeração de alguns lotes do produto fabricado por uma empresa em Belo Horizonte. O exame foi feito apenas em cervejas fechadas.
Conforme os jornais, a Polícia Civil de Minas Gerais confirmou nesta quinta-feira mais uma morte com sintomas da síndrome nefroneural em Belo Horizonte, suspeita de estar relacionada ao consumo da referida cerveja. O paciente é um homem de 89 anos que estava internado no Hospital Mater Dei. O corpo foi encaminhado para o Instituto Médico Legal para necrópsia.
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), segundo o Globo.com, já proibiu a comercialização e o fornecimento de cervejas produzidas pela fábrica Backer. O documento foi emitido após uma reunião que envolveu o Procon-MG, representantes da Cervejaria Backer, a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de Minas Gerais (Abrasel-MG), a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais e a Secretaria Municipal de Saúde da capital.
De acordo com um comunicado da Sociedade Brasileira de Nefrologia, a intoxicação por dietilenoglicol, evolui em diferentes fases. Inicialmente surgem sintomas gastrointestinais, como náuseas, vômitos e dor abdominal. Depois, na segunda fase, que ocorre cerca de 48 horas após a ingestão da substância, ocorre a manifestação de insuficiência renal aguda, o que faz a pessoa procurar atendimento médico.
A fase neurológica, que surge com 5 a 10 dias de doença, se caracteriza por perda visual, paralisia facial e degeneração das fibras musculares, podendo causar tetraparesia, desordem que enfraquece os músculos dos quatro membros. De acordo com as entidades, embora alguns pacientes possam se recuperar por completo, muitos acabam morrendo ou evoluem com lesões renais ou neurológicas permanentes.
Ainda segundo o comunicado, não está estabelecida uma dose mínima que seja considerada tóxica, pelo que todas as pessoas que foram expostas à substância e apresentarem os sintomas devem procurar atendimento médico.
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