“Bebê do Nirvana” processa banda por pornografia infantil devido a capa do disco “Nevermind”

Trinta anos depois, o conhecido mundialmente “bebê do Nirvana”, Spencer Elden, resolveu processar a banda de Kurt Cobain por alegadamente produzir pornografia infantil e realizar o ensaio que deu origem à capa do disco “Nevermind” sem o seu consentimento. Elden entrou com um processo contra os administradores da obra de Kurt Cobain e os membros sobreviventes da banda, dizendo que os rock stars violaram os estatutos federais de pornografia infantil e o exploraram sexualmente.

O modelo alega que sofreu “danos ao longo da vida” por ter seu corpo nu estampado no álbum, que teve cerca de 30 milhões de cópias vendidas em todo o mundo, e afirma que nem ele nem seus pais – que ganharam US$ 200 pelo ensaio – consentiram com a sessão de fotos com a criança nua. 

A banda, o fotógrafo e as gravadoras “comercializaram intencionalmente a pornografia infantil de Spencer e alavancaram a natureza chocante de sua imagem para promover a si próprios e a sua música às suas custas”, alega o processo.

A ideia da capa, que mostra um bebê sem roupas perseguindo numa piscina uma nota de um dólar presa num anzol, surgiu após o líder da banda Kurt Cobain – morto em 1994 – e o baterista Dave Grohl assistirem a um documentário sobre partos dentro d’água. Elden participa do episódio sobre “Nevermind” na série documental “The Classic Album” falando sobre a produção da foto.

O rapaz, que tinha quatro meses na época da sessão de 1991, também afirma que foi forçado a se envolver em “atos sexuais comerciais” e que a banda voltou atrás numa alegada promessa de esconder seus órgãos genitais na capa do álbum. “O dano permanente que ele quase sofreu inclui, mas não está limitado, a sofrimento emocional extremo e permanente com manifestações físicas, interferência em seu desenvolvimento normal e progresso educacional, perda vitalícia de capacidade de ganho de renda, perda de salários passados ​​e futuros, despesas passadas e futuras para tratamento médico e psicológico, perda do gozo da vida, e outras perdas a serem descritas e comprovadas no julgamento desta questão”, diz o processo.

Em 2016, nos 25 anos do disco (e de Elden), a capa foi recriada com o jovem totalmente vestido para homenagear a data. “Eu disse ao fotógrafo:‘ Vamos fazer isso [comigo] nu’. Mas ele achou que seria estranho, então usei meu calção de banho”, disse sobre a sessão fotográfica na época.

O mergulho histórico durou cerca de 15 segundos, e só aconteceu porque o pai de Elden era amigo do fotógrafo. A imagem tornou-se icónica.

C/Globo.com

Sair da versão mobile