Atleta olímpica ugandesa morre quatro dias depois de namorado lhe ter pegado fogo

A maratonista ugandesa Rebecca Cheptegei, 33 anos, morreu quatro dias depois de ter sido atacada e incendiada por um homem que se acredita ser seu namorado, anunciou o presidente do Comité Olímpico do Uganda. Rebeca sofreu queimaduras em mais de 75 por cento do corpo, disseram as autoridades médicas e policiais.

Segundo relatos divulgados pela imprensa queniana e ugandesa, Rebecca Cheptegei foi regada com gasolina pelo ex-namorado em sua casa na cidade de Endebess, no oeste do Condado de Trans Nzoia, situado ao longo da fronteira Quênia-Uganda. Dickson Ndiema Marangach, o suposto namorado de Cheptegei, comprou um galão de gasolina, despejou nela e ateou fogo após um desentendimento. O namorado, que também é maratonista, ficou com queimaduras em 30 por cento do corpo.. 

Os dois foram tratados na unidade de terapia intensiva do Hospital de Ensino e Referência Moi, na cidade de Eldoret. Um funcionário hospitalar, que não se identificou para os órgão de comunicação social locais, informou que o governo queniano tinha planos de transportar Cheotegei de avião para Nairobi, onde os médicos podiam lhe fornecer tratamento especializado. Mas o seu estado piorou depois de ter ‘desenvolvido septicemia’. A atleta não resistiu aos ferimentos e acabou por falecer. 

Rebecca Cheptegei competiu na maratona feminina nos Jogos Olímpicos de Paris 2024, no dia 11 de agosto, tendo terminado a competição em 44.º lugar. A atleta também detinha o recorde de maratona feminina de Uganda de 2h22 e 47 segundo, que estabeleceu durante a Maratona de Abu Dhabi em dezembro de 2022. De acordo com a imprensa, o ataque a Rebecca Cheptegei é o mais recente ataque violento contra uma famosa corredora no Quênia em um curto espaço de tempo.

A corredora de longa distância queniana Agnes Jebet Tirop foi morta em outubro de 2021, poucos meses depois de competir nos Jogos Olímpicos de 2020 em Tóquio e terminar em quarto lugar na final feminina dos 5.000 metros, informa. A jovem de 25 anos foi encontrada morta a facadas em sua casa, na cidade de Iten, um centro de treinamento de corrida de longa distância.

A polícia prendeu seu marido, Ibrahim Rotich, na cidade costeira de Mombasa, quando este tentava fugiu do país. Mais tarde, ele se declarou inocente do assassinato dela. Foi libertado sob fiança dois anos depois, em novembro de 2023. Mais recentemente, em abril de 2022, a atleta queniana do Bahrein, Damaris Muthee Mutua, foi encontrada morta perto da cidade de Iten, na casa do corredor etíope Kofi Fai, que supostamente era seu namorado.

O Inquérito Demográfico e de Saúde do Quénia de 2023 revelou que mais de 11 milhões de mulheres — 20 por cento da população — sofreram violência física ou sexual de um parceiro íntimo durante suas vidas, com 2,8 milhões dessas mulheres tendo sofrido esse tipo de violência nos últimos 12 meses.

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