África do Sul enfrenta 3.ª vaga com armas desiguais: PR denuncia “apartheid vacinal” global

A África do Sul registrou na sexta-feira mais de 24 mil casos de covid-19, a maior contagem de novas infecções desde o início da pandemia. A 3ª onda do vírus se espalhou pelo país que tem apenas 5% dos habitantes vacinados, o que levou o Presidente Cyril Ramaphosa a denunciar a “apartheid vacinal” global.

O aumento de casos no país mais industrializado do continente africano sobrecarregou hospitais, especialmente na cidade de Joanesburgo, e deixou profissionais de saúde lutando para encontrar leitos suficientes para pacientes em estado crítico segundo informações da Reuters.

Falhas burocráticas agravaram a crise de saúde, com a Associação Médica a ameaçar levar o governo à Justiça porque mais de 200 novos médicos não conseguiram encontrar vagas, apesar da falta desesperadora de equipes de saúde.

A África do Sul registrou cerca de 2 milhões de casos e 60 mil mortes durante a pandemia, de acordo com dados do governo, enquanto 3,3 milhões de pessoas foram vacinadas em uma população de pouco menos de 60 milhões.

O presidente Cyril Ramaphosa anunciou no domingo passado, 27 de junho, uma série de novas medidas, incluindo a suspensão das vendas de álcool e das refeições em restaurantes por duas semanas para minimizar o impacto da nova onda, que os cientistas dizem ser impulsionada pela variante Delta. Altamente contagiosa, esta nova variante foi encontrada primeiramente na Índia e agora circula em todo o mundo.

A baixa taxa de vacinação do país se deve a uma combinação de factores. A excessiva burocracia no país e nações ricas que compraram doses abundantes de vacinas para proteger primeiro os seus cidadãos, dificultaram a compra de imunizantes por países emergentes uma vez que esses precisam esperar pela disponibilidade de doses. Em junho o governo teve que destruir 2 milhões de vacinas contaminadas da Johnson & Johnson.

Ramaphosa criticou fortemente o açambarcamento das vacinas, que apelidou de “apartheid vacinal” global. Neste sentido, pediu às farmacêuticas e aos governos ocidentais aliados que renunciassem às suas proteções de patentes para permitir a fabricação local emergencial de doses, até agora sem sucesso.

Fonte:Poder360.com.br

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