Mandingas e diabos vermelhos “Somá na bóia” no Mindel Fantasy

Mandingas, diabos vermelhos acrobatas, anjos estilizados com luzes led, jovens e menos jovens trajados apenas com camisetas brancas, pretas ou verdes responderam à convocação “Somá na bóia” do Mindel Fantasy, que mais uma vez arrastou uma multidão pelas principais artérias da cidade do Mindelo. Foram duas horas de um desfile enérgico e vibrante que aqueceu a fria noite do primeiro dia de Carnaval, 01 de Março.

Segundo a programação, o trio Mindel Fantasy deveria estar na rua às 21h30. Mas, na hora marcada, eram poucos os presentes na Praça Dom Luís, local de concentração. Eram sobretudo mandingas que entoavam o seu “grito” de guerra, ariah, para alegria das pessoas, sobretudo turistas e emigrantes, que aproveitavam para fazer fotos e filmagens. “É diferente, mas muito bonito”, dizia um cidadão, em inglês.

Já as vendedeiras de báloi não tinham mãos a medir. Talvez por causa do frio, a procura por pontch e grogue, para aquecer o corpo e deixar as pessoas mais alegres e dispostas a cantar e dançar, era enorme. “Temos de aproveitar estas ocasiões para ganhar alguma coisa. Hoje estamos a vender sobretudo cigarros, grogue e pontch”, confirmou uma das vendedeiras ao Mindelinsite em meio a azáfama para atender a clientela.

Por volta das 22 horas, ouviram-se os primeiros acordos do trio e, de repente, a Praça Dom Luís encheu-se de gente. Participantes e espectadores surgiram de todas as ruas, inclusive surpreendendo algumas pessoas que já comentavam o escasso número de pessoas nas ruas. “Parece que as pessoas estão com medo do frio. As ruas e a Praça Nova estão praticamente sem gente”, dizia a professora Eduarda Vasconcelos.

Vlú, Diva Barros e companhia deram o pontapé de saída com uma música muito conhecia: “Mindelo ê nossa, Mindelo é d´kel bom” e o público assumiu o protagonismo.  Cantou com entusiasmo e força. Seguiram-se Mindel em Festa, Lua de Prata, de entre tantos outros temas da autoria de Vlademiro Ferreira, lembrando outros carnavais.

Os figurantes responderam com coreografias improvisadas e, sobretudo, com alegria e animação. Também mostraram que não esqueceram as letras das músicas. Cantaram todos os temas. O público resolveu entrar na festa, apesar de algum controlo da Polícia e dos seguranças privados que criaram um cordão de isolamento, e cantou com gosto, fazendo do trio um sucesso.

Se Vlú cumprir o prometido, a maior ala será a dos mandingas. Lembrar que há prémios ainda para a melhor ala de zona e para a mais personalizada. Mas se a ideia era chamar a atenção para os problemas de São Vicente, o que se viu foram apenas foliões a brincar o Carnaval.

Constânça de Pina

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