UniMindelo e Graça Empreendimentos apresentam fundo para apoiar estudantes com propinas, computadores e materiais clínicos

A empresa Graça Empreendimentos inaugurou hoje a sua sede na rua Patrice Lumumba em São Vicente e aproveitou a oportunidade para, junto com a Universidade do Mindelo, apresentar o Fundo de Apoio Social e Estudantil (FASE), que se destina a apoiar os estudantes nas suas várias fases de estudo, seja de licenciatura, mestrado ou doutoramento. O fundo, com o montante de dois milhões de escudos, vai permitir aos estudantes contemplados beneficiar de um ano de propina e materiais didáticos, desde que consigam comprovar estar em situação de vulnerabilidade económica.

Após o descerramento da placa e o corte da fita do novo espaço, o Reitor da UniMindelo explicou que o FASE vai apoiar os estudantes nas suas diversas atividades académicas. Contempla, por exemplo, o pagamento de 10 meses de propina, ou seja, o primeiro ano de frequência, no valor de 150 mil escudos. “O estudante com vulnerabilidade financeira pode recorrer ao fundo para pagar as suas propinas e tem quatro anos para devolver este empréstimo, ou seja, após o término do curso, sem juros de mora”, esclareceu Albertino Graça, para quem esta é uma oportunidade extraordinária para todos estudarem. 

Para além disso, prossegue, o fundo ajuda o estudante a comprar materiais didáticos, nomeadamente computadores e equipamento para o ensino clínico. “Este pode recorrer ao fundo para solicitar um empréstimo de 40 mil escudos para comprar o computador e mais 10 ou 15 mil escudos para dinamizar uma micro-atividade, que este último pode ser pago em prestações mensais de 2 mil escudos. O computador pode ser liquidado em 40 prestações, que é o tempo que leva para concluir o curso. No final, este decide se fica com o computador ou se vende para a universidade pelo valor remanescente.”

Albertina Graça alega que a instituição tem todo o interesse em que um estudante tenha o seu computador para que possa ter bom aproveitamento e concorrer a bolsa de estudos do Governo. Para isso, e sobretudo para que possa abarcar todas as valências – propinas, materiais didáticos, computadores e/ou acessórios, consumíveis para o ensino clínico, protótipos e microempresas -, o fundo vai ser dotado de um montante de dois milhões de escudos, sendo que a Graça Empreendimentos entra com 1.250 mil escudos e a Universidade do Mindelo com 750 mil escudos.  

“A ideia é que o fundo tenha rotatividade em 5 anos e teremos então um fundo de cerca de 10 milhões de escudos porque não queremos ficar apenas no financiamento de propinas, computadores e materiais didáticos. Queremos, no final, poder financiar e comercializar a pesquisa. Por isso estamos muito interessados em financiar spin-offs, spin-outs e empresas universitárias, para podermos avançar para o objecto maior, que é promover a investigação científica”, sublinhou o reitor, reiterando a aposta destas duas instituições, que acaba por ser também uma mensagem para a sociedade civil.

O presidente da Câmara do Comércio de Barlavento, que testemunhou o ato, parabenizou os estudantes, as instituições e o Reitor Albertino Graça, o amigo de infância e ex-colega com quem trabalhou sempre numa lógica de cumplicidade, partilha de projectos e de ideias de construção de um São Vicente melhor, e considerou o fundo um projecto para a sociedade. Neste sentido, prometeu associar a CCB a iniciativa, numa lógica de parceria e de padrinho. “Vamos ver como melhorar o Fundo, como os empresários em São Vicente podem entrar para aumentar a sua capacidade e o flexibilizar para outras coisas, nomeadamente,numa lógica de prémios, através de estágios curriculares, e estágios profissionais,para facilitar a integração plena dos alunos no mercado de trabalho”, disse Jorge Mauricio.

Defendeu que o objectivo é construir vidas melhores e, por isso, validou a ideia lançada pelo Reitor de financiar a investigação e a pesquisa. “Temos de pensar num salto qualitativo da vida universitária, que é a investigação porque ninguém vai nos trazer e nem vêm aqui a Cabo Verde, fazer aquilo devemos fazer, que são as nossas pesquisas. Neste domínio a CCB também será um parceiro institucional. Vamos nos envolver na lógica da investigação e das ciências por forma atingirmos um patamar maior.”  

Jorge Maurício terminou a sua intervenção agradecendo pelo convite e endereçou votos de sucesso neste empreendimento, deixando em aberto a possibilidade de colaboração tanto a nível pessoal como institucional para melhorar o FASE, que tem como principal objetivo promover a solidariedade e equidade social, bem como reduzir o abandono escolar, contribuindo assim para o desenvolvimento intelectual e escolar de todos os estudantes em igualdade de circunstância.

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