Os trabalhadores da empresa Transporte Interilhas de Cabo Verde (TICV) reclamam atraso no pagamento dos salários referentes ao mês de julho, normalmente liquidados no dia 25 de cada mês, e denunciam cortes nos subsídios. O secretário permanente do Sindicato de Indústria, Transportes, Telecomunicações, Hotelaria e Turismo (Sitthur), Carlos Lopes, diz ter conhecimento extraoficial destes problemas, mas espera ter uma confirmação oficial amanhã, durante um encontro com uma delegação de trabalhadores da TICV.
“Temos conhecimento de algumas medidas que foram adoptadas e que violam os direitos adquiridos, mas vou receber uma representação de trabalhadores amanhã de manhã para confirmar o que se passa na empresa”, refere Carlos Lopes, que adia para depois do encontro uma conversa mais detalhada com o Mindelinsite sobre a situação desses colaboradores, adiantando, entretanto que, entre outras informações recolhidas, consta que foi suspenso o subsídio de transporte, que é ilegal. “Na transferência dos trabalhadores de uma empresa para outra, a nova entidade tem de assumir, nos termos da lei, todas as responsabilidades do contrato de trabalho. Não se pode mexer nos direitos adquiridos dos trabalhadores. Se aconteceu é uma violação dos direitos e da lei, e vamos reagir imediatamente”, adverte.
A confirmar estas informações, Carlos Lopes avisa que o Sitthur não vai aceitar, de forma nenhuma, que os trabalhadores sejam lesados para beneficiar a TICV. Aguarda apenas uma confirmação de fonte concreta e objectiva para poder agir. Certo é que, segundo informações chegadas à redação do Mindelinsite, os trabalhadores da TICV ainda não receberam os salários de julho e foi-lhes suspenso o subsídio de transporte, um benefício que constam dos contratos de trabalho. Por conta disso, são obrigados a custear as deslocações ao aeroporto.
Foi em julho que a BestFly anunciou que vai passar a operar através da TICV, na sequencia do negócio entre a BestFly World Wide (BFWW) e a Binter, que resultou na compra da operação da empresa espanhola em Cabo Verde. Segundo o CEO Nuno Pereira, a BestFly passa a deter 70% da TICV. Os restantes 30% são do Estado de Cabo Verde.