Sociave celebra 50 anos: “Hoje temos uma empresa referência nacional em produção de frangos e ovos“, diz João Santos

A Sociave está a celebrar os 50 anos como aviário especializado na produção e comercialização de ovos e frangos em Cabo Verde. Segundo João Santos, o embrião da empresa surgiu em 1972 com a criação da Mindave, com o objectivo de abastecer a Marinha portuguesa. Com o advento da Independência, ocorrido três anos depois, a empresa foi nacionalizada, por ser considerada fundamental para a segurança alimentar. Deste modo, explica, passou a ser chamada de Enavi, porém, até hoje é costume as pessoas fazem referência a “galinha e ovo d’Mindave”

A empresa seria, entretanto, privatizada em 1994, com a assumpção do sistema democrático em Cabo Verde. Deste modo, a gestão seria assumida em 2007 por João Santos e o seu irmão Pedro Santos, com a reconfiguração dos acionistas. “Encontrei uma empresa tecnicamente falida. Tivemos de abrir várias frentes e fazer novos investimentos em equipamentos, iniciativas que mais tarde vieram dar os seus resultados”, enfatiza o director da Sociave.

Segundo Santos, o aviário enfrentou vários problemas, um deles a concorrência suscitada com a liberalização do sector. Surgiram novos importadores e a empresa não soube adaptar-se à nova conjuntura. “A empresa entrou em derrocada porque não foi preparada pelo Estado para enfrentar a concorrência”, afirma.

Valeu à Sociave a experiência levada por João Santos, acumulada na empresa familiar agropecuária Agropec. Com o tempo, a Sociave foi ganhando força e crescido de forma exponencial, segundo o gestor. Hoje, diz Santos, o aviário é a referência nacional, empresa abastecedora do mercado em todas as ilhas.

Para o efeito, criou uma linha de montagem, que produz, actualmente, 100 mil ovos por dia e cerca de 40 toneladas de frangos por mês. Além disso, possui um centro de incubação com equipamentos novos, que passou de 14 mil pintos por semana para vinte mil. Hoje, salienta João Santos, a empresa controla todo o circuito comercial, com agentes nas ilhas e uma estrutura montada na ilha do Sal. Entretanto, o grande handicap continua a ser a irregularidade das ligações marítimas.

A empresa, adianta João Santos, tem tentado abrandar o impacto ambiental da sua actividade, tendo investido em energias renováveis. Deste modo, diz, foi montado um parque solar, com capacidade para produzir 25 kilowatts e que será aumentada para 40 kilowatts com a instalação de mais painéis. Com este investimento, a Sociave espera conseguir autonomia energética para funcionar durante o dia.Por outro lado, construi uma estação de tratamento para produção de biogás, aproveitando as fezes das galinhas, que são ricas em gás metano. Este é um projecto ambicioso, que exigiu um avultado investimento da empresa. Quando estiver a funcionar, o aviário passará a ser fornecido com biogás à noite e energia solar de dia.

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