As três empresas nacionais do setor de transportes – ASA, TACV e TICV – registaram uma variação positiva de 55,5% do volume de negócio, no primeiro semestre de 2023, sendo em termos absolutos representativas de 53,6% do peso total da variação do setor. Estas performances impulsionaram o setor de transportes e o colocam na liderança do crescimento do volume de negócios do SPE.n
De acordo com informações avançadas pelo governo no seu site oficial, nos dois primeiros trimestre do ano findo, o transporte doméstico de passageiros registou dinâmicas positivas de 35,4% e 17,6%. Mas foi o transporte internacional que mais se destacou, tendo registado dinâmicas positivas de 46,0% e 15,0%, respetivamente, face aos períodos homólogos.
“Estas dinâmicas são derivadas do aumento de voos internacionais, especialmente dos países transmissores de turistas, favorecendo a dinâmica do turismo, em cerca de 656 mil e 600 mil passageiros nos aeroportos de Cabo Verde, correspondendo a crescimentos de 43,6% e 15,6%, face aos períodos homólogos, respetivamente, conforme dados publicados pela AAC”, refere.
Estas performances, pontua, não só impulsionaram o setor de transportes, como também o colocam na liderança do crescimento do volume de negócios do Sector Público Empresarial (SPE). A ASA, TACV e TICV registaram variação positiva de 55,5% do volume de negócio. Em termos absolutos, o peso total da variação foi de 53,6%. “O desempenho financeiro destas empresas impactou o nível do risco macro fiscal do SPE, refletindo numa ligeira melhoria, tendo por base o SOE Health Check Tool do FMI.”
Em novembro, por altura da discussão do Orçamento do Estado para 2024, o ministro do Turismo e dos Transportes, Carlos Santos, afirmou que o Governo prevê para este ano consolidar a transformação no sector dos transportes e dar continuidade ao processo de revisão do quadro legal da aviação civil. “Na área dos transportes aéreos, queremos dar continuidade ao processo de revisão do quadro legal da aviação civil, ou seja, legislação da aviação civil, que consiste numa melhoria e numa facilitação e desburocratização das regras para tornar Cabo Verde um país mais competitivo, inserido naquilo que é a visão que nós temos que Cabo Verde deve se transformar numa plataforma aérea”, afirmou.
Relativamente aos transportes internos, garantiu que o Governo quer continuar a apostar na melhoria da conectividade em parceria com o operador Bestfly, lamentando, por outro lado, o facto de a Cabo Verde Airlines ter sido fustigada pelos efeitos da pandemia. “O Governo entendeu que mais uma vez deveria salvar a companhia por entender que esta empresa é uma peça importante para a estratégia de desenvolvimento do conceito de país-plataforma no Atlântico. E por sermos um país insular, que tem uma diáspora que hoje desempenha um papel determinante na economia cabo-verdiana e por também sermos um país em que tem o turismo como principal sector da economia”, assegurou.
O governante elogiou ainda as acções levadas a cabo pela administração da CV Airlines através do plano de negócio, no sentido de garantir a estabilização e retoma das rotas tradicionais principalmente para os países onde estão as comunidades cabo-verdianas. “Creio que estamos numa fase de retoma. Julgo que 2024 espera-nos um ano bom, com o crescimento da procura, que irá responder àquilo que nós queremos, que é ter procura para que a empresa comece a dar os seus passos sozinha”, realçou.