Santo Antão garante produtos frescos e baratos nas feiras em S. Vicente

O largo do mercado da Ribeirinha é hoje o maior centro de abastecimento de  São Vicente com frutas, legumes e verduras, vindos de Santo Antão. Todas as segundas, quartas e sextas-feira a azafama de viaturas carregadas de produtos que desembarcam directamente para o largo, desde feirantes, vendedeiras ambulantes e consumidores é grande. E nem os receios provocados pela pandemia da Covid-19 afastam as pessoas, que aproveitam para comprar toda a sorte de produtos frescos e baratos.

Os principais compradores dos produtos vindos de Santo Antão são os ambulantes,  vendedores dos mercados da ilha, lojas, supermercados, mas também mulheres chefes de família e outros clientes, que aproveitam para adquirir produtos de terra frescos e mais baratos, com mais qualidades e sem adubos industriais, como os importados. 

O Mindelinsite conversou com alguns dos utentes deste “entreposto informal” de hortaliças, frutos, verduras, legumes, mot d’ chá, queijos e outros produtos. É o caso de Maria de Paixão, vendedeira ambulante há anos que, além de comprar e vender no largo do mercado da Ribeirinha, também negocia estes produtos com as lojas da zona de Impena. Esta garante gostar da sua vida de negociante, mas lamenta os constrangimentos por que passam por causa dos fiscais, que as vezes vão lá chatea-las. 

“Todas as segundas e quartas-feiras estamos aqui. Vendo sobretudo hortaliças. Mas as vezes os fiscais não nos deixam ficar no local e saímos a procura de alternativas. Colocamos nossos produtos em carro e circulamos pela cidade a vender, vamos de porta-em porta ou negociamos com as lojas. Mas é um trabalho que gosto e é dali que tiro o sustento da família”, diz. 

Cliente habitual, Benito Fonseca confessa que nem todas as vezes encontra tudo que procura. Isso porque, afirma, às quartas-feira as vendedeiras normalmente têm para venda apenas os produtos que restam de segunda-feira. “Compro aqui porque encontro produtos frescos e mais barato”, afirma. Benito Fonseca admite, no entanto que, por causa da Covid19, neste momento é complicado comprar em feiras livres por causa da tendência de aglomeração de pessoas, muitas vezes sem um controlo adequado. 

Já Joana Fernandes mostra-se plenamente satisfeita com esta central de abastecimento da ilha. Segundo diz, sempre encontra os produtos que procura, frescos, com qualidade e bom preço. “Não tenho nada a reclamar”.

Aldora Furtado reconhece que o espaço é essencialmente para descarregar os carros que chegam de Santo Antão. “Mesmo assim aproveitamos e fazemos as nossas compras. Mas os fiscais estabelecem um horário que temos que permanecer no local, às 12 horas. Depois somos obrigados a sair dali”, pontua, realçando que às segundas e sextas-feira o movimento é maior.

Por sua vez Arminda Pires, natural de Santo Antão, relata que viaja da sua ilha para S. Vicente todas as segundas, quartas e sextas, carregada de hortaliças e “mot d’chá”. É da travessia deste canal e da venda destes produtos que tira o sustento da família. É um trabalho árduo, admite. “Os produtos que não consigo vender no local, coloco no carro e percorro as zonas periféricas do Mindelo. E volto à Santo Antão para recarregar. Felizmente este ano choveu e temos mercadorias para vender”, assevera.

Lidiane Sales (Estagiária)

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