A taxa de variação acumulada dos quatro trimestres aponta para um crescimento anual do Produto Interno Bruto de 17,7%, em volume, o mais alto verificado ao longa a série, após o aumento de 6,8% no ano anterior. Este aumento foi entretanto precedido de uma diminuição histórica em 2020 na ordem dos 19,3%, devido aos efeitos adversos da Covid-19 na actividade económica.
São dados das Contas Nacional Trimestrais e revelam que, no 4º trimestre de 2022, o PIB registou, em termos homólogos, uma variação positiva de 9,1%, em volume. Do lado da oferta, o Valor Acrescentado Bruto (VAB) a preços de base apresentou uma evolução homologa positiva de 7,9%, destacando-se para o efeito as actividades do comércio, transporte e armazenagem e alojamento e restauração.
“Os impostos líquidos de subsídios apresentaram uma evolução homóloga positiva de 16,8% “, lê-se no comunicado de imprensa emitido pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que revela ainda que, do lado das despesas, esta variação resultou de um aumento no consumo privado e nas exportações.
Ainda de acordo com a mesma fonte, na ótica da produção, o VAB do ramo da Agricultura aumentou 11,9% no mesmo período, 4º trimestre de 2022, contribuindo positivamente em 0,3 p.p. na variação total do crescimento do PIB. O das Indústrias Transformadoras também registou um aumento de 2,5% (-2,1% no 3º trimestre), contribuindo positivamente em 0,1 p.p. para a variação total do crescimento do PIB.
Já no VAB do ramo da Construção verificou-se uma diminuição de 20,8% tendo uma contribuição negativa de 2,0 p.p. na variação total do crescimento do PIB. Comparativamente ao mesmo trimestre de 2021, diz o INE, o VAB do ramo de Comércio apresentou uma variação homóloga positiva de 20,8% em volume, traduzindo-se num contributo para a variação homóloga positiva do PIB em 2,0 p.p.
O VAB de Transporte e armazenagem e de Alojamento e Restauração, apresentou, em termos reais, uma variação de 34,1% e 62,9%, respetivamente. O da Administração Pública teve uma variação homóloga de -12,4%, contribuindo em -1,7 p.p. para a variação total do crescimento do PIB. Enquanto os Impostos Líquidos de Subsídios sobre os Produtos, em termos reais, apresentaram uma variação homóloga positiva de 16,8 % no 4º trimestre, contribuindo em 2,2 p.p. para a variação total do PIB.
Na ótica da despesa, o Consumo Final (privado e público) teve uma variação homóloga positiva de 10,8% (18,6% no trimestre anterior). O privado aumentou 16,8% em termos reais (28,2% no 3º trimestre), enquanto o público baixou 7,0% (-7,7% no trimestre anterior). Também o investimento recuou 35,2%. Ainda segundo o INE, as Exportações de Bens e Serviços, em volume, desaceleraram para uma variação homologa de 53,4%, enquanto as Importações de Bens e Serviços aumentaram 6,5%