Pilotos da TACV anunciam nova greve com duração de uma semana

Os 32 pilotos dos Transportes Aéreos de Cabo Verde vão iniciar uma nova greve a partir da meia noite de 24  julho até às 23h50 do dia 30. O Sindicato Nacional dos Pilotos da Aviação Civil (SNPC) justifica este protesto com o  recuo do Governo “na materialização dos acordos e compromissos assumidos em sede de negociação” em Abril passado e que levou a suspensão da greve.

 

A decisão paralisar os TACV durante uma semana saiu de uma reunião realizada na terça-feira. Alegam que, apesar das várias negociações realizadas desde abril, com o Conselho de Administração e também com a presença do Ministro dos Transportes, com acordos e compromissos assumidos, continuam cumprir as reivindicações que estiveram na base do pré-aviso de greve anunciado em abril de 2024. 

“A classe dos pilotos da TACV tomou a decisão de avançar com a realização de uma greve entre às zero horas de 24 de julho até 23:59 horas do dia 30, devido ao recuo por parte do governo na materialização dos acordos e compromissos assumidos em sede de negociações, realizadas com o Ministro dos Transporte, desde a suspensão da greve anunciada em 23 de abril.”

Na ocasião, realizou-se um encontro que se prolongou por mais de cinco horas entre o SNPAC, o CA da TACV e a tutela. Os pilotos decidiram pela suspensão da greve para dar a empresa tempo para cumprir os pontos acordados. “Conseguimos chegar a um entendimento sobre as reivindicações da classe e estabelecemos um período para fecharmos os acordos”, anunciava o presidente do sindicato.

Edmilson Aguiar acreditava que o acordo garantiria melhores condições de trabalho e estabilidade da classe e da própria empresa. “Neste momento anunciamos a suspensão da greve dos pilotos e amanhã todos vão estar a bordo para o bem da empresa e dos nossos passageiros que sempre tivemos como a nossa preocupação”, assegurava este dirigente sindical. 

Da parte do Governo, o ministro Carlos Santos afirmava que as partes chegaram a um entendimento para dialogar e que a greve não seria talvez a melhor forma de resolver as reivindicações da classe. “Precisamos de tempo para analisar todas as questões que foram colocadas. Há aqui um compromisso do Governo em analisar todas as questões que foram levantadas, e creio que houve um entendimento e uma abertura clara da parte da classe e da parte do Governo, para resolvermos esses problemas”.

Na altura, recorda-se, os pilotos pretendia realizar uma greve nacional de cinco dias, entre 25 e 29 de Abril, após varias tentativas de dialogo com a direcção da TACV, que vinha se mostrando “indisponível e intransigente”. Reivindicavam melhoria das condições de trabalho, mais concretamente, desenvolvimento na carreira, um programa de segurança, proteção da saude e higiene no trabalho. 

Queixavam-se também do cancelamento das consultas médicas, da redução do prémio de seguro e dos subsídios, de deficiência nos procedimentos de segurança e redução do serviço de restauração prestado aos tripulantes, ou seja, catering deficitário.

Por outro lado, acusava a actual direcção de tomar decisões técnicas administrativas que afectavam a função dos pilotos, sem respeitar os acordos e os procedimentos legais estipulados, de não pagar os suplementos remuneratórios, designadamente subsídios de voo, turno e noturno, ignorando a decisão proferida em sentença judicial, e de pagar o salário com atrasos.

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