Vinte e uma mulheres receberam na segunda-feira, 4 de dezembro, cheques no montante de 35 mil escudos para incrementar os seus negócios, no âmbito do programa Reforço Familiar – Projeto Melhorando a situação das crianças na cidade do Mindelo, através da capacitação parental e do empoderamento económico das famílias. A entrega do cheque foi antecedido da assinatura de um acordo tri-partido, entre as beneficiarias, o Centro Social SOS e as associações comunitária.
O ato simbólico marca a entrega de 21 micro-créditos às famílias que participam deste projecto, através da capacitação parental e empoderamento económico. “Esta entrega de micro-crédito foi feito pelas associações comunitárias. O projecto lhes dá a possiblidade de atribuir micro-crédito à famílias das suas comunidades e gerir de forma a que cada vez mais famílias possam ser beneficiadas e terem uma atividade de geração de renda e assim cuidarem melhor dos seus filhos,” disse Graça Gomes.
A diretora do Centro SOS frisou que este é um serviço que foi antecedido de outros, designadamente da capacitação das famílias, sendo que todas passaram por formações seja de empreendedorismo, gestão de pequenos negócios, transformação alimentar e fabrico de sabão natural. “Todas estas mulheres tiveram uma preparação previa para poderem chegar a este momento e receberem um micro-crédito, que lhes permita ter ou incrementar uma atividade geradora de rendimentos”, sublinhou.
Graça Gomes explicou que estas mulheres estão a ser apoiadas por dois serviços: orientação vocacional e profissional, e, no âmbito do micro-crédito, por um coaching, que tem a responsabilidade orientar as famílias na implementação e gestão dos seus negócios. Neste sentido, aproveitou para apelar a1s beneficiárias para que os pequenos micro-créditos sejam bem utilizados e que venham a fazer diferença na vida das suas famílias, permitindo-lhes cuidar melhor dos filhos.
“Enorme satisfação”. Este era o sentimento do coaching Aristides Rendall, pelo trabalho realizado com as famílias, que se mostraram abertas e felizes com esta oportunidade. “Agradeço toda esta generosidade e também paciência que tiveram. Todas são pessoas com várias formações e que já tinham pequenos negócios ou um plano para ser implementado. Vão agora dar continuidade e trazer recursos econômicos para as vossas famílias e comunidade, conforme a avaliação da primeira fase.”
Com o inicio do retorno dos primeiros micro-créditos, afirmou este profissional serão escolhidas novas famílias que estão neste momento a aguardar, sendo esta a base do programa. “Temos varias áreas aqui presentes, desde transformação de produtos alimentares, pastelarias, refeições quentes, criação de animais, estética, cabeleireira, entre outros. São ramos económicos bastante diversos e vão ser implementados em quatro zonas: Monte Sossego, Ribeirinha, Fonte Filipe e Ribeira Bote.”
Em representação das famílias, Arlete Lopes não cabia em si de alegria. “Sou doméstica e há anos que ofereço refeições quentes para trabalhadores de descarga e também alguns trabalhadores da CMSV. Para isso, vou buscar os produtos fiados nas loja. Apareceu-me esta oportunidade e fui selecionada pela Associação de Monte Sossego. Participei de todas as formações e estou satisfeito. Inicialmente recebi ajuda através da troca de bolsas, que me permitiu construir dois quartos na minha casa. Hoje durmo mais tranquila com os meus filhos e agora com este micro-crédito vou deixar de fiar na loja.”
Esta mulher-empreendedora não tem duvidas de que este micro-credito chegou em boa hora. Aliás, espera ainda este ano resolver tornar-se independente das dividas e, já a partir de janeiro, iniciar uma nova fase do seu negocio. “Espero que tudo corra bem e que eu consiga colocar em pratica tudo o que aprendi nas formações em que participei. Estou muito contente e só tenho de dizer obrigada. Às famílias, peço que nunca desistam e que estejam sempre prontas e dispostas a participar das formações, que ficam para sempre connosco.”
O ato foi testemunhado pela vereadora Celeste da Paz, a representante da Fundação das Aldeias, Elisabeth Soares, a orientadora vocacional e profissional do Centro, os presidentes das associações comunitárias de Alto Bomba, Ribeira Bote, Fonte Filipe e Ribeirinha e famílias.
