O ministro do Turismo e Transportes considerou ontem na Cidade da Praia que o Governo não pode ser culpado pela saída definitiva da BestFly/TICV das ligações aéreas domésticas, decisão esta comunicada ontem pela companhia e logo confirmada pela Agência de Aviação Civil. Por outro lado, pediu desculpas e paciência a todos os passageiros pelos problemas causados, alegando que se está numa fase de transição para a normalização dos voos inter-ilhas.
Abordado pela imprensa após se reunir com o Sindicato Nacional dos Pilotos da Aviação Civil e o Conselho da Administração da TACV devido a eminência de uma greve, Carlos Santos sustentou, como noticia a Inforpress, que a BestFly é uma empresa que não conseguiu resolver todos os problemas, mas que cabe ao Estado garantir a mobilidade dos cidadãos, missão esta que, nas palavras do governante, está garantida.
Recorrendo a números, Carlos Santos ilustrou que, com 78 viagens semanais, já foi ultrapassada a fasquia do ano passado nas ligações domésticas numa situação normal. Salientou que a TACV está a assegurar cerca de 26 voos com a ilha do Fogo neste período festivo e já introduziu mais quatro.
Segundo a agência noticiosa, o ministro do Turismo e Transportes fez estas declarações ao ser questionado sobre o comunicado da BestFly, tendo nesse instante alegado que dispunha ainda de pouca informação sobre a anunciada saída da companhia aérea das ligações inter-ilhas. Na sequência alegou que teria de ver e analisar a situação. “Muitos poucos comentários eu tenho a fazer sobre esta matéria”, apontou o ministro, que adiantou aos jornalistas que o Estado vai dialogar com os outros parceiros acionistas da TICV para saber de todos os meandros dessa decisão.
Assegurou, entretanto, que os direitos dos passageiros, das agências de viagens e dos trabalhadores da empresa terão que ser verificados. Segundo o ministro, o Governo vai continuar a acompanhar essa situação e a trabalhar para criar uma empresa autónoma dedicada exclusivamente aos transportes aéreos domésticos.
Entretanto, a greve dos pilotos da TACV marcada para 25 a 29 de abril foi suspensa após negociação entre o sindicato da classe e a administração da empresa de transportes aéreos, na presença do ministro dos Transportes. Conforme o presidente do SNPAC, os pilotos decidiram dar a empresa um tempo solicitado para cumprir os pontos acordados, sem especificar o período.