Lau Rocha – o produtor de biopesticidas usados no combate a doenças e pragas na agricultura em Santo Antão

A agricultura em Santo Antão está a encetar um retorno aos pesticidas naturais, um processo que conta com o forte envolvimento da associação ADPM e os valiosos conhecimentos científicos de Estanislau Rocha, nascido e criado em Alto Mira. Ligado ao cultivo desde criança, Lau, 62 anos, é hoje um manancial de informação e um produtor de biopesticidas que estão a ser adquiridos pelos agricultores da ilha das montanhas e da ilha do Fogo devido aos resultados.

Lau, que montou uma pequena fábrica caseira com a ajuda do projecto Cerai, produz caldas diversas a partir de matéria-prima orgânica que, diz, ajudam a combater doenças e pragas que atacam as plantas. “Cada planta exige o seu próprio pesticida, como, por exemplo, a cenoura, o pimentão, repolho, beterraba… O pesticida que fabricamos ajuda a combater os males que afectam as plantas e traz grandes benefícios também para a saúde dos consumidores e do próprio terreno”, salienta Lau, que chama a atenção aos agricultores para os malefícios dos pesticidas de origem químico. Como diz, estes produtos podem ter um rápido efeito contra as pragas, mas, em contapartida, destroem bactérias amigas da agricultura e danificam os solos.

No fabrico, Lau recorre a matérias-primas como enxofre, cal vivo e álcool, que consegue adquirir em drogarias do Porto Novo. Para montar o seu negócio, este técnico fez uma série de formações nos domínios da agricultura, pecuária, transforma,ão agroalimentar, horticultura, floricultura, gestão… Hoje é um reconhecido formador, que luta em prol do uso de biopesticidas em Santo Antão, uma das maiores ilhas agrícolas de Cabo Verde.

O trabalho deste técnico agrícola está associado ao projecto de agroflorestas desenvido pela associação ADPM, que está a deixar a sua marca pela ilha de Santo Antão, em particular nos planaltos leste e norte.

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