Após três anos como vendedora ambulante, primeiro no Sal e depois em São Vicente, debaixo de sol e chuva, Jennyfer Ribeiro quer abrir um quiosque de produtos cosméticos em São Vicente. A ideia é inovadora – foi copiada de uma amiga no Sal – e, por causa disso, esta mulher entende que foi mal compreendida na Câmara de São Vicente, que lhe recusou uma licença, alegando falta de espaço para colocação de cadeiras para atender os clientes.
Em entrevista ao Mindelinsite, Jennyfer Ribeiro, 33 anos, conta que, desde janeiro do ano passado, expõe e vende os seus produtos num pequeno espaço na rotunda de Fantastique em Fonte Francês, São Vicente. Mas, por falta de condições, é obrigada a trabalhar apenas no período da manhã. “Tenho a minha venda improvisada na rua. Aproveito uma pequena sombra para expor os meus produtos. Mas, no período da tarde é impossível por causa do sol forte. Agora, por exemplo, estou a trabalhar debaixo da chuva”, explica esta mulher-lutadora.
O grande desejo de Jennyfer Ribeiro é montar um quiosque para venda de produtos cosméticos, protegido das intempéries e com mais segurança. “Recebo produtos da Praia e minhas tias na França também me ajudam, complementando a minha venda. Mas gostaria de trabalhar em melhores condições. Neste sentido, apresentei uma proposta à CMSV para montar um quiosque, mas ainda estou à espera de uma resposta”, diz.
Enquanto isso, e porque é da venda que tira o sustento da família, continua a expor os seus produtos na rua. “Vendo roupas aos fins-de-semana, mas o meu foco são produtos cosméticos e de beleza”, conta Jennyfer, que antes trabalhava no Sal. Por causa da pandemia da Covid-19, a empresa entrou em lay-off. Mas depois, por causa das despesas com aluguer do espaço e outros, todos os trabalhadores foram dispensados.
“Regressei então a São Vicente. Sempre gostei de vender na rua, pelo que decidi abrir um negócio próprio. Contactei alguns amigos na Praia, que compram e enviam os produtos e recebo outros da França. É com estes produtos que pretendo montar o quiosque de cosméticos. Na CMSV, entenderam que queriam abrir uma roulotte para venda de sandwiches e recusaram-me a licença. Mas já recorri e espero uma decisão favorável”.
Por uma questão de segurança, Jennyfer conta que gostaria de colocar o quiosque no mesmo local. É que já é bastante conhecida em Fonte Francês, zona onde reside a sua mãe e onde já formou uma clientela. “Enquanto espero por uma decisão, vou continuar a vender na rua. Não tenho vergonha, até porque é daqui que tiro o sustento da minha casa”, refere esta mulher, mãe de dois filhos, que almeja apenas mais conforto e segurança.