Os dois inspectores da Inspecção-geral das Actividades Económicas (IGAE) para a zona norte do país, alocados em S. Vicente, aderiram a greve nacional de 38 horas para exigir a publicação da lista de transição e respectiva grelha salarial, melhores condições de trabalho e mais recursos humanos. A adesão de 100% está em linha com a dos colegas Praia e Sal, segundo informações avançadas pelo porta-voz dos inspectores em São Vicente.
Desde às 8 horas da manhã desta quinta-feira, 11 de novembro, que os dois inspectores da IGAE estão concentrados frente à sede da instituição, no Campus do Mar. José dos Santos explica, num exclusivo Mindelinsite, que, em setembro de 2020, publicado o Estatuto dos Inspectores, que deveria ser acompanhado da respectiva lista de transição, o que não aconteceu. Entretanto, foram surpreendidos agora com uma lista com erros grosseiros.
“A lista divulgada não tem nada a ver com aquilo que é a nossa aspiração, ou seja, estamos a sentir violados e violentados neste aspecto. Também estamos a exigir o retroactivo e melhores condições laborais, isto porque faltam recursos humanos e materiais para fazer o nosso trabalho”,afirma José dos Santos, para quem a pandemia da Covid-19 veio mostrar que o IGAE hoje está em todas, fazendo o acompanhamento e a fiscalização.
Na região norte, diz, a exigência é ainda maior porque têm de fazer ainda a fiscalização da produção do grogue em Santo Antão, ou seja, os dois inspectores da IGAE têm de desdobrar em todas as actividades e cobrir três ilhas: Santo Antão, São Vicente e São Nicolau. “É humanamente impossível. E não estão sensibilidade social e política naquilo que é o nosso direito. Já tivemos várias conversas, mas tem sido um diálogo de surdo. Depois, há uma postura de má-fé por parte da direcção do Ministério da Indústria, Comércio e Energia”, desabafa este inspector e porta-voz do IGAE-SV.
Em suma, exigem a publicação a lista de transição e respectiva grelha salaria com retroactivos, melhores condições de trabalho e mais recursos humanos, lembrando que a IGAE é hoje solicitada em todas as actividades económicas, mas também em tudo o que coloca em causa a saúde pública.
No entanto, todo este trabalho não se traduz em um salário digno que, não obstante estar garantido no Estatuto dos Inspectores, encontra resistência a nível da Direcção Geral de Planeamento, Orçamento e Gestão (DGPOG), quer ainda reduzir os seus proventos em mais 20%. A greve dos Inspectores do IGAE, refira-se, conta com suporte do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Pública (Sindetap).