A Empresa de Água e Eletricidade vai contrair um novo empréstimo junto do Banco Panafricano – Ecobank Cabo Verde, no montante de 360 mil contos, avalizado pelo Governo de Cabo Verde, através da Direcção Geral do Tesouro. Este financiamento, o segundo em dois meses, destina-se a fazer face aos compromissos com fornecedores e para a gestão da tesouraria da empresa.
De acordo com a Resolução n.108/2022, a Electra está a enfrentar graves problemas económicos e financeiros, em consequência dos impactos da crise internacional provocada pela subida dos preços dos combustíveis, o que tem causado grande pressão na sua tesouraria. É neste sentido que a empresa decidiu recorrer a este financiamento bancário no valor de 360 mil contos “para fazer face aos compromissos com os fornecedores para manter a operacionalidade da empresa e para a manutenção das centrais elétricas.”
Este financiamento permite ainda, lê-se na resolução, que a empresa faca a gestão da sua tesouraria, evitando a disrupção ao nível do pagamento, bem como a produção de enegrecida e da continuidade dos serviços prestados à população. São estes argumentos que sustentam este novo empréstimo, com aval do Estado de Cabo Verde.
Este tem um prazo de sete anos, a contar da data de reembolso de capital. Este novo empréstimos, junta-se a um outro, também avalizado pelo Governo no valor de 1.080, junto da Caixa Econômica, contraído em setembro deste ano. Dizia-se então que, em Junho, o Governo aprovou, através da Resolução nº 64, a adopção de medidas complementares de mitigação dos impactos da crise provocada pelos efeitos da subida dos preços dos combustíveis, através da concessão de um desconto nas tarifas de eletricidade equivalente a 100% do valor do incremento para a tarifa social e de 70% pelas demais categorias.
Previa, também, o pagamento de compensações à empresa concessionária no domínio energético, neste caso Electra, pelas receitas não recuperadas derivadas dos descontos concedidos, que ocorrem no período de vigência da Resolução.
A Electra é uma das nove empresas do sector público, junto com a Enapor, TACV, CV Telecom, Caixa Económica, Cabnave, CV Handling, Emprofac e Águas e Energia da Boa Vista que o Governo quer privatizar ou concessionar até 2026.