A Cabo Verde Airlines lançou uma campanha pública para escolha do nome do novo Boeing 737-8 Max, que passará a fazer parte da frota da companhia. Na sua página no Facebook, a empresa informa que entre os nomes mais sugeridos pelos colabores três obtiveram até agora mais preferência: Cidade Velha, Esperança e Morabeza. “Agora cabe-lhe a si decidir qual será o nome oficial do nosso avião”, desafia a companhia aérea, acentuando que a votação ficará aberta ao público por 7 dias através de um programa de votação “seguro e confiável”. O texto termina convidando os seguidores a participarem e a fazerem parte da história da Cabo Verde Airlines.
Até este momento, Esperança e Morabeza são as propostas mais votadas, mas vários comentários dos internautas revelam a falta de confiança que os cabo-verdianos têm na transportadora de bandeira. Uma das questões abordadas é a quantidade de dinheiro que o Estado tem estado a injectar na empresa para tentar mantê-la operacional. Além disso, há quem considere uma hipocrisia a transportadora aérea vir neste momento “dar voz” aos cabo-verdianos quando “desrespeita” os clientes. Por exemplo, Cláudio Lanzellotto diz que a companhia quer dar a palavra aos clientes, mas não resolve os “repetidos pedidos de reembolso das passagens dos voos cancelados no período da pandemia”.
A prestar serviço apenas nas rotas internacionais, a CV Airlines não informa quando é que o seu segundo avião chegará a Cabo Verde e as linhas aéreas que irá servir. É muito provável, no entanto, que venha a fazer ligações com os Estados Unidos, Brasil e França. Já o ministro do Turismo tinha salientado que as rotas para Boston e Brasil faziam parte dos planos da CVA para chegar aos países da emigração cabo-verdiana e explorar o mercado turístico.
Por seu lado, o Primeiro-ministro chegou a anunciar no Parlamento no ano passado que um novo aparelho iria reforçar a frota da CVA (TACV – Transportes Aéreos de Cabo Verde) tendo em vista a “normalização” da empresa. O Chefe do Governo afirmou na altura que a transportadora aérea estava a sair da crise provocada pela Covid-19 no sector dos transportes aéreos e que seria concluída a sua restruturação. Desde março do ano passado que a companhia tem à disposição um Boeing 737-700 pertencente à sua congénere de Angola, cedido em regime “wet leasing”, ou seja, com disponibilidade de tripulação e serviço de manutenção.
O Governo tem estado a injectar valores exorbitantes para manter a companhia a voar, prática bastas vezes criticadas pela sociedade cabo-verdiana e os partidos da oposição. O ministro do Turismo chegou a confirmar que, à semelhança do ocorrido em 2022, o Governo vai disponibilizar mais um milhão de contos à CVA em 2023 e que o objectivo é reprivatizar a empresa no próximo ano.