Concluída a obra marítima do Terminal de Cruzeiros do Porto Grande: Primeira atracação agendada para abril

As obras marítimas do Terminal de Cruzeiros do Porto Grande já estão concluídas, mas a atracação oficial do primeiro navio só deverá acontecer no mês de abril deste ano. Segundo Irineu Camacho, PCA da Enapor, o porto está neste momento pronto para receber embarcações, porém a empresa quer esperar o término dos trabalhos na área terrestre – que comportam a gare, uma praça pública e o sistema de fornecimento de energia e água – para depois iniciar a recepção dos cruzeiros que chegam à Cidade do Mindelo.

A estimativa é que esse momento histórico aconteça ainda no decurso desta temporada visto que, conforme o responsável dos Portos de Cabo Verde, o término de todos os trabalhos está previsto para finais de março. “Acreditamos nesta previsão, assim como acreditamos que em abril poderemos propiciar aos cruzeiristas as melhores condições para visitarem Mindelo”, frisou Camacho.

O PCA da Enapor revelou estas informações no decurso de mais uma visita do ministro do Mar ao Terminal de Cruzeiros. Jorge Santos reforçou que o cais está pronto e que poderia até ser inaugurado hoje. Enfatizou, no entanto, que é preciso aguardar a entrega de toda a obra para se assinalar a nova etapa na história do Porto Grande enquanto destino dos navios cruzeiros. E, da conversa mantida com a empresa portuária e os responsáveis das empreitadas, o governante acredita que os trabalhos estarão concluídos no prazo indicado, apesar de estarem a trabalhar em apenas dois períodos.

“Acredito que 3 meses serão suficientes para a conclusão dos trabalhos restantes desta que é uma das maiores obras feitas em C. Verde na última década. A Enapor tem todo o interesse em colocar o terminal a funcionar o quanto antes para poder servir a economia da ilha de S. Vicente e de todo o país”, referiu Jorge Santos

O ministro foi, entretanto, confrontado com uma reclamação das subempreiteiras sobre a falta de mão-de-obra especializada em S. Vicente, em parte devido a emigração de jovens, se essa situação não poderá afectar a data prevista da conclusão. Sobre este aspecto, o governante reconhece que, de facto, tem saído do país operários como carpinteiros, canalizadores, pedreiros, electricistas, etc., cenário que tende a provocar escassez de profissionais destas áreas no mercado. “O que discutimos com os empreiteiros é a necessidade de intensificarmos a formação profissional no sector da construção civil e com especialização. Com a mobilidade que se assiste a nível nacional há uma tendência para uma parte dos profissionais especializados saírem rumo a países da Europa. Mas este fenômeno acontece também com os marítimos e pessoal afecto ao sector do turismo”, assinalou o ministro do Mar, para quem é preciso aumentar em número e em qualidade a formação profissional. Salientou, aliás, que há ainda 47 mil jovens residentes sem emprego e que precisam de formação profissional em C. Verde.

Além da visita ao Terminal de Cruzeiros, Jorge Santos ficou a par do funcionamento do sistema de gestão das pequenas encomendas nos armazéns do Porto Grande. Conforme o ministro, hoje o levantamento de encomendas está muito melhor graças a um projecto de modernização deste serviço, que começou há cerca de 18 meses com um estudo prévio. Nas suas palavras, está a acontecer uma reforma disruptiva do subsistema anterior para a actual. “Se antes podíamos ter centenas de pessoas à porta dos armazéns à espera de levantar as suas mercadorias, hoje tudo é mais célere, podendo o processo demorar horas ou pouquíssimos dias”, salientou o ministro, que deu ênfase ao papel dos transitários neste processo.

No contacto com a imprensa, Santos adiantou ainda que as obras de expansão do Porto Grande devem começar no final deste ano ou inícios de 2026, pelo que se está neste momento no preparo da engenharia financeira com os parceiros. Revelou que o investimento ronda os 80 a 90 milhões de euros e é o maior previsto no quadro da Global Gateway com a União Europeia. Assegurou que o Porto Grande vai ser sujeito a maior expansão da sua história e que passará a triplicar a área de atracação.

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