O atum criado em cativeiro pela empresa norueguesa Nortuna na praia de Flamengo será alimentado exclusivamente com uma ração produzida no Japão, e não com peixes vivos, conforme garantia foi dada ao Mindelinsite por José Martins, representante da CV TradeInvest no norte da Europa. Desta forma, este gestor cabo-verdiano responde às preocupações suscitadas por dois profissionais da pesca desportiva em S. Vicente sobre o impacto que o referido projecto poderia ter nessa actividade turística e desportiva, caso o atum bluefin fosse alimentado com cavala e olho largo, duas espécies consumidas pelo blue marlin, o peixe-rei dessa modalidade. Caso fosse assim, dizem, o blue marlin poderia fugir do mar de Cabo verde e procurar alimento por outras bandas, o que iria também afugentar os turistas adeptos dessa pesca.
“No processo de aquacultura do atum bluefin, os peixes são alimentados de alimento seco, tipo granulado, tecnicamente chamado de ‘otohime’. Esse alimento é produzido no Japão e será importado para o efeito”, explica José Martins, acrescentando que a Nortuna tem uma fórmula própria, a “aglonorse”, que será utilizada na alimentação e criação dos atuns. Esta fórmula, adianta, será possivelmente produzida em Cabo Verde.
Martins reforça que os atuns não serão alimentados de peixes vivos, tipo cavala e olho largo, pelo que o projecto não representa nenhuma preocupação em termos ambientais, neste caso concreto ao negócio da pesca desportiva.
As obras do projecto de aquacultura da Nortuna SA arrancaram a 8 de março no vale de Flamengo e, segundo Martins, estão a decorrer de “vento em popa”. A previsão é que esta fase piloto de produção esteja pronta a arrancar em junho deste ano com a colocação dos ovos nos cativeiros. Como enfatiza a referida fonte, daqui a um ano é que vai começar a comercialização do atum criado em cativeiro e avaliado o sucesso desse investimento.