A caravana de São Vicente que disputou o XIII Campeonato Nacional de Desporto Paralímpico (CANADEP 2025), realizado na cidade da Praia de 12 a 14 do corrente, regressa à base no final da tarde desta segunda-feira com “excesso de peso”. Isto porque, na bagagem, para além do título de bi-campeã, traz 23 medalhas, mais três do que a competição de 2024.
Esta informação foi avançada ao Mindelinsite pelo responsável da comitiva Alcindo Lopes, que destaca a boa prestação dos atletas e o crescimento consistente do desporto adaptado na ilha de Porto Grande, apesar dos constrangimentos resultantes da tempestade Erin, que dificultou a preparação. “Somos bi-campeões do CANADEP. Os nossos atletas estiveram bem em todas as competições, não obstante dois deles terem sofrido um acidente na prova de atletismo 200 metros. Tivemos de os levar ao hospital, onde estivemos à espera por mais de seis horas. Infelizmente, não havia nenhum posto de socorro – bombeiros ou Cruz Vermelha – pelo que fomos nós a assumir esta função,” desabafa.
Apesar deste percalço, explicou, os atletas de São Vicente ocuparam os três lugares no pódio na modalidades de atletismo, nos 100 e 200 metros; no T46 (amputado – membros superiores) ficou o terceiro nos 100 metros, segundo nos 200 metros e primeiro nos 800 metros; na categoria invisual masculino conquistou dois terceiros lugares e dois segundos nos 100 metros; nos 200 um segundo e um terceiro classificados; nos 800 metros venceu um segundo e um terceiro também.
“Nas modalidades para deficiência intelectual fomos segundo e terceiro classificados no atletismo 100 metros, segundo e terceiro no lançamento de peso e primeiro no levantamento de peso. Conquistamos ainda um primeiro lugar na categoria Paralisia Cerebral (PC 1) nos 100 metros e também mais um primeiro (PC 2)”, detalha realçando que, no total, os atletas de S. Vicente conquistou 23 medalhas.
Para este responsável, a prestação desses atletas espelha a evolução do desporto adaptado na ilha do Porto Grande. “O crescimento é notório, mesmo com o desfalque que tivemos de dois grandes atletas que não conseguiram dispensa do trabalho. E é preciso dizer que não tivemos condições de trabalho por causa dos estragos causados pelas chuvas”, frisa, realçando que, pela primeira vez, conseguiram viajar de avião para maior conforto dos atletas.
Em suma, Lopes faz um balanço “muito positivo” da prestação dos atletas de S. Vicente nesta competição nacional, destacando ainda a conquista do prémio surpresa, resultando da acumulação de pontos na competição. Este ano o CANADEP contou com a participação de cerca de 100 atletas com deficiência, provenientes de nove regiões desportivas. Foi disputado nas modalidades atletismo, corrida de cadeirantes, arremesso e levantamento de peso.
A prova, refira-se, foi promovida pela Federação Cabo-verdiana de Desporto Adaptado (FECADA), e contou com forte parceria do Governo, através do Instituto do Desporto e da Juventude (IDJ).
