O Instituto do Desporto e da Juventude reconheceu a equipa liderada por José Semedo como legítima representante do basquetebol em C. Verde e, na sequência, apelou às organizações públicas, em particular a FIBA – Africa a aceitar a Comissão de Gestão da FCBB como a entidade capacitada para proceder a inscrição do país nas provas internacionais.
Este posicionamento surge às vésperas da participação da equipa nacional nos jogos de apuramento para o Mundial de Basquetebol e aconteceu, segundo o IDJ, após análise dos documentos remetidos pelo Presidente da AG da Federação Cabo-verdiana de Basquetebol sobre a assembleia extraordinária das associações regionais que elegeu José Semedo e destituiu Hélder Gonçalves da liderança. Neste sentido, o IDJ salienta que a Comissão de Gestão saída da reunião do dia 1 de novembro foi legalmente constituída.
Ciente de que está nos tribunais um recurso interposto pela direção destituída, o IDJ, tendo em conta a necessidade de Cabo Verde estar presente nos jogos de apuramento, decidiu reconhecer a comissão liderada por José Semedo como legítima representante do basquetebol nacional, com capacidade para inscrever a seleção nas provas internacionais que se avizinham.
O instituto deixa claro que reconhece a autonomia administrativa das organizações e que se tem pautado pela neutralidade na celeuma que envolve a gestão da FCBB. Reforça, porém, que, sendo o Governo responsável pelo reconhecimento das federações desportivas legalmente constituídas e principal financiador das suas actividades, deverá assegurar a participação das seleções no novo ciclo de competições internacionais, nomeadamente no apuramento para o Afrobasket, Mundial e Jogos Olímpicos. Frisa, neste sentido, que CV deve ser representado por uma única entidade, neste caso a equipa eleita na assembleia extraordinária.
A decisão do IDJ foi, entretanto, contestada por Hélder Gonçalves, que estranhou essa intervenção numa matéria que, diz, é da competência exclusiva da Direção da FCBB. “Esta atuação, para a qual o IDJ não possui legitimidade, representa uma intromissão indevida e um grave precedente institucional”, reagiu a FCBB num post no Facebook.
Para a FCBB é igualmente lamentável constatar que, mesmo diante de documentos oficiais que comprovam a suspensão da alegada Comissão — integrada num processo judicial em curso e cuja decisão cabe única e exclusivamente ao Tribunal — o IDJ tenha optado por apoiar iniciativas que carecem de base legal. “Tal postura enfraquece a credibilidade institucional e coloca em risco a estabilidade da modalidade.”
A direção da FCBB diz reafirmar o seu “compromisso absoluto” com a legalidade, a transparência e com a defesa da integridade do basquetebol nacional e salienta que continuará a agir dentro da lei e a proteger os interesses da modalidade, dos atletas e de todos os seus agentes.
