Gervágio Silva, representante do Sal, vence 8. edição de “Volta Djêu” e realiza sonho de fazer a travessia

O atleta Gervágio Silva venceu a oitava edição da travessia a nado “Volta Djêu” ao percorrer os 5,2 quilómetros que separam a praia da Lajinha e Ilhéu dos Pássaros em 1 hora e 50 minutos. Natural de Santiago, e residente no Sal, o nadador fez história como o primeiro vencedor desse evento organizado pela Associação de Natação de S. Vicente, que assumiu este ano carácter competitivo. O pódio foi ainda ocupado por Ailton Lima, competidor da Boa Vista, e Vladimir Oliveira, representante de S. Vicente.

Segundo Gervágio, hoje realizou um sonho que o persegue há alguns anos. “Sempre que via notícias na televisão desta prova jurava que um dia iria fazer esta travessia. Hoje tive esta oportunidade e tenho de agradecer a organização”, disse o desportista, cujo principal objectivo era fazer a travessia. Confessa que não tinha a ideia de que estava em primeiro lugar quando pisou a areia da Lajinha. “Fiquei muito satisfeito ao saber que fui o vencedor”, exclama o atleta de 28 anos, que começou a praticar natação há cerca de 7 anos, tendo participado em quatro provas. Este é o seu primeiro título.

Um minuto depois, Ailton Lima cruzava também a meta, com o tempo de 1 hora e 51 minutos. O atleta boavistense, primeiro lugar da sétima edição de “Volta Djêu”, confessa que o seu objectivo era ganhar ou então ficar no pódio. E bem tentou, mas diz que Gervágio Silva conseguiu manter o seu ritmo, pelo que é o digno campeão. “Ele manteve um bom ritmo e merece os parabéns”, frisa Ailton.

A prova, segundo Atilton Lima, foi difícil, principalmente na ida. Conta que, apesar de não fazer vento, havia muita ondulação no canal entre Ponta de Jôn Ribeiro e Djêu e uma correnteza que tentava puxar os nadadores para norte. Na volta, diz, foi mais tranquilo.

Esta foi também a percepção de Vladimir Oliveira, natural da Boa Vista e representante de S. Vicente, que ficou em terceiro lugar. Esta foi a quarta participação do nadador na travessia e considera que foi a mais difícil de todas devido ao factor competição. “Participaram atletas de topo de Cabo Verde”, frisa.

Vladimir, que fez 1 hora e 53 minutos, sentiu mais dificuldades na ida. Já no regresso foi só focar a mente na meta e manter o ritmo das braçadas. “Exigiu muito esforço físico, mas em nenhum momento pensei em desistir”, garante o atleta, que perspectiva um salto qualitativo da prova, com a participação de atletas internacionais no futuro, agora que passou a ser uma competição.

Esta é a meta da organização, que ontem realizou um fórum onde foi debatido essa ideia. Segundo Jandir Leite, falta agora convencer a FINA – federação internacional de natação -, a federação africana e o Comité Olímpico Cabo-verdiano da necessidade de apoiarem essa travessia, que acontece numa das baías mais belas do mundo. “É uma prova oceânica, disputada numa das baías classificadas como das mais belas do mundo e que a cada dia alcança mais qualidade”, comenta Jandir Leite. Para ele, o sucesso da oitava edição fala por si pela qualidade dos atletas e a moldura humana presente na praia da Lajinha desde as 7 e meia.

A oitava edição foi disputada por 14 atletas das ilhas de S. Vicente, Sal, Boa Vista e S. Nicolau, sendo 3 do sexo feminino. A prova feminina foi conquistada por Bety Sequeira, com 3 horas e 10 minutos, seguida de Débora Roberto (3h e 14 mn) e Elisabete Delgado (3h, 14 mn e 27 segundos).

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