O andebol está a regressar em força à zona de Cruz d’João Évora, graças a uma iniciativa de um grupo de antigos jogadores, mas, segundo Edson Oliveira, a adesão de crianças e jovens começa a ultrapassar a própria capacidade de absorção dos mentores. Neste momento, o grande problema reside na disponibilidade de treinadores/monitores para acompanhar os escalões juniores e de iniciação. É que, como explica Edson Oliveira, surgiram várias crianças interessadas em aprender a modalidade, mas faltam pessoas para as instruir, assim como bolas para as suas idades. Outro problema é a exiguidade do espaço, pois os treinos das equipas seniores, sub-16, sub-14 e infantis acontecem no único polivalente da localidade.
“Precisamos de pessoas formadas para nos ajudar a dar a devida atenção a toda essa gente que se mostra interessada em aprender e a jogar o andebol. Cruz tem uma forte tradição em andebol, que antecede o próprio carnaval, e queremos trazer essa modalidade de volta, depois de 4 anos sem competir nas provas oficiais”, comenta Edson “Sampê”, mentor da iniciativa.
Pelas contas deste ex-jogador do Cruzeiros do Norte, cerca de 60 crianças e jovens estão envolvidos no projecto. O desafio é criar as condições para assegurar essa demanda, que acaba por suplantar as expectativas dos responsáveis. Até porque o clube já inscreveu equipas nos campeonatos oficiais sénior masculino e feminino e mostra-se disponível para competir noutros escalões, se houver provas. “Temos muitos jovens com talent, isso prova que precisamos apostar ainda mais na modalidade. Fico admirado ao ver meninos que pegam pela primeira numa bola de andebol e executam movimentos tão bem. As pessoas costumam dizer que as crianças gostam é do futebol, mas estamos aqui a ver que isso não corresponde tanto assim à realidade. Houve uma adesão natural desses meninos e meninas ao andebol”, salienta esse também cantor.
Este ano, o Cruzeiros do Norte participa nas provas oficiais sem a pretensão de ser candidato a título. Isto porque os jogadores são na sua maioria inexperientes. Mas, segundo a nossa fonte, a cada semana a equipa vai registando um crescimento, pelo que as bases ficam lançadas para a próxima época.
O projecto, assegura Sampê, visa resgatar o andebol na zona, mas também dar uma motivação a jovens desocupados. Por outro lado, a ideia é estimular localidades como Ribeirinha, Chã d’Alecrim e Monte Sossego, as mais populosas de S. Vicente, a seguir o mesmo caminho.
Kim-Zé Brito