Um espetáculo em Tarrafal de Santiago no dia 10 de Janeiro, um outro na Praia no dia 18 e dois em São Vicente nos dias 26 e 27 integram a programação mundial das celebrações de “Mário Lúcio Sousa Voz e Violão Tour 60 anos”, que se prolongam por todo o ano de 2024. Partilha e gratidão são as palavras que vão reger este ano-monento, segundo a Maremusica.
De acordo com esta produtora, o último álbum de Mário Lúcio, “Migrantes”, é uma homenagem à grande epopeia do ser humano: o fenómeno das migrações. “É graças às migrações que hoje somos tão diversos, porque ousamos ir mais longe, adaptar-nos, misturar-nos”, refere a nota, citando o artista. este lembra ainda que em 2024, ano do centenário de Amílcar Cabral, Mário Lúcio completa 60 anos e continua a ser um testemunho da rica herança cultural o país e da sua ressonância global.
Para a Maremusica, o cantautor já tinha assim dado o sinal de este ano ser um abraço ao mundo. Foi o inicio da preparação do ano 2024, que escolhe para encontro – com o seu publico, seguidores e quem o fez ser hoje o que é, como homem e como artista num misto de partilha e gratidão, refere.
Nascia assim o ML60, pontua, uma programação mundial vai marcar a celebração durante todo o ano. A tournée inicia em Cabo Verde, no município do Tarrafal (sua terra natal), no dia 10 de Janeiro. Segue-se o concerto no Auditório Nacional dia 18 e dois em S. Vicente, no Centro Cultural do Mindelo, nos 26 e 27, respectivamente. Numa segunda etapa, a partir de Março, abrangerá as demais ilhas e 60 concertos ao redor do Mundo (Europa, América Latina, Estados Unidos, Austrália, Macau).
“Preparei um conceito e um concerto especial, Voz e Violão, que reúne as minhas composições mais conhecidas e algumas inéditas que retratam o meu percurso. Quero estar rodeado de pessoas que me têm acompanhado desde a infância, dos meus amigos, da minha família, e contar-lhes algumas histórias da canções e episódios marcantes da minha vida”, diz Mario Lucio.
Mário Lúcio, refira-se, está entre os compositores com o maior número de canções gravadas na música cabo-verdiana, cerca de trezentas, interpretadas por Simentera, Cesária Évora, Lura, Nancy Vieira, Mayra Andrade, Teté Alhinho, Lucibela, Jennifer Soledad, Mirri Lobo, Zeca Nha Reinalda, entre outros; e no mundo, por Djavan, Gilberto Gil, Milton Nascimento, Paulinho da Viola (Brasil), Pablo Milanes (Cuba), Luís Represas, Maria João, Teresa Salgueiro (Portugal), Youssou Ndour (Senegal), Araceli Poma (Peru), Thérése Slimane (Palestina), Tinkara (Eslovênia), Tosca (Itália), Zulu Gospel Choir (África do Sul).
Diz ainda o comunicado que, na história recente da música cabo-verdiana, Mário Lúcio sempre teve um papel enriquecedor, desde o grupo “Abel Djassi”, nos anos oitenta, do Simentera, nos anos noventa, à sua carreira a solo a partir de 2002, trabalhando as músicas rurais da várias ilhas, a Morna, a Coladeira, o Funaná, com aquele seu estilo inconfundível. Gravou Mar E Luz em 2004, um dos primeiros discos com essa estética em Cabo Verde e Badyo e Kreol antes de colocar sua carreira musical num hiato, de 2011 a 2016, quando atuou como Ministro da Cultura. Seguiu-se Funanight em 2019, que marcou seu regresso aos discos. E por último Migrantes, CD que tem vindo a apresentar nos palcos do mundo.