A jovem realizadora Samira Vera-Cruz vai levar o seu documentário “Hora di Bai” ao festival Vues d´Afrique em Montreal, Canadá, que acontece de 05 a 15 de Abril. As próximas paragens deste filme, que concorre na categoria “Documentário Internacional”, serão Nova Iorque e Macau. Paralelamente, fará, no dia 27, Dia da Mulher Cabo-verdiana, o lançamento de uma curta intitulada “Ti ki nu odja”, que acompanha duas cabo-verdianas que residem em Moçambique há mais de 60 anos.
“Hora di Bai” é uma produção de 2017, cujo projecto venceu o concurso Curtas PALOP – TL, no quadro das comemorações do 25º aniversário da cooperação dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa – Timor Leste (PALOP-TL) com a União Europeia. “Trata-se de um documentário sobre os rituais de despedida na hora da morta na ilha de Santiago e é uma produção da Parallax Produções”, explica Samira Vera-Cruz.
Do seu curriculum constam participações em festivais e mostras em Cabo Verde, Brasil, Angola, Guiné Bissau, Moçambique, São Tomé, Timor-Leste, Portugal, Polónia, Bélgica e Madagáscar. Samira destaca ainda passagens pelo FESTin (Lisboa), Kugoma (Maputo) e Curtas Santos (Brasil), atestando o sucesso da produção. A sua carga dramática rendeu-lhe ainda uma nomeação na categoria Zébu D´Or de melhor documentário, no Festival Rencontres du Film Court de Madagáscar, naquela que foi a primeira presença de Cabo Verde neste evento, que contou com 18 países africanos.
“Para além do Concurso Curtas PALOP TL 25, o filme esteve nomeado para melhor documentário internacional no festival de Madagáscar e encontra-se novamente em competição na mesma categoria em Montreal, Canadá”, diz esta realizadora, que também assina Buska Santu (2016) e Sukuru (2017). O próximo trabalho cinematográfico, uma curta-documentário intitulada “Ti ki nu odja”, será lançado no dia 27 de Março, Dia da Mulher Cabo-verdiana.
Esta, explica Samira Vera-Cruz, acompanha duas mulheres cabo-verdianas que residem em Moçambique há mais de 60 anos. “O filme serve para mostrar uma realidade e conseguir fundos para uma longa com o mesmo tema em Moçambique. Por isso, e por querermos partilhar essas experiências da nossa diáspora, decidimos lança-la directamente nas redes sociais.”
Esta jovem cineasta informa ainda que está neste momento a trabalhar na pré-produção da sua próxima longa documentário, que se chamará “E quem cozinha?” e segue a história de uma jovem invisual, abondando questões de género e desigualdade social. Outra novidade avançada por Samira é a possibilidade de co-produção, com uma colega de Moçambique.
Constânça de Pina