Samba Tropical compra sede e conta abrir museu do Carnaval daqui a três meses na avenida Baltasar Lopes

A Escola Samba Tropical assinou ontem o contrato de compra de um prédio na avenida Baltasar Lopes da Silva, no centro da Cidade do Mindelo, que vai servir de sede e acolher o futuro museu desse emblemático grémio carnavalesco. Com 300 metros quadrados, o edifício de quatro pisos representa um investimento de 25 mil contos e vai receber um projecto orçado em 5 mil contos, que consiste na abertura de um café temático do Carnaval, um atelier/escola de formação artística e o museu.

“Como é natural recorremos à banca, mas com base num estudo de viabilidade económica. Como é fácil entender, iremos precisar do envolvimento de parceiros e empresas, que queiram associar os nomes ao Samba Tropical e nos ajudar a cumprir os nossos compromissos bancários”, enfatiza David “Daia” Leite. Este dirigente lembra que há muito tempo que se fala em S. Vicente da promoção da indústria e da economia do Carnaval e hoje, diz, a Escola Samba Tropical deu um grande passo nesse sentido e que constitui uma promessa assumida pela direção reeleita na última assembleia-geral.

Edifício-sede do Samba Tropical na Avenida Baltasar Lopes – Mindelo

A expectativa de Daia Leite é que o museu – que vai ocupar dois pisos – seja inaugurado dentro de três meses. Este dirigente garante que a escola dispõe de um enorme espólio – fotografias, vídeos, pautas de músicas antigas (nomeadamente de Luis Morais e Manuel d’Novas), miniaturas de andores, maquetes e trajes – que vai alimentar esse museu dedicado à história do Samba e do próprio Carnaval mindelense. Um espaço que, nas suas palavras, irá enriquecer a oferta turística da cidade no domínio cultural. O plano é incluir esse museu no circuito turístico, onde os turistas, emigrantes e outros visitantes podem conhecer o percurso do grémio e adquirir produtos com a marca Samba Tropical.

Para a concepção do projecto do museu, o Samba espera contar com o apoio do Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas, por se tratar de uma área que exige uma expertise que não dispõe. Para Daia Leite, a compra do edifício vai catapultar o Samba Tropical e o próprio Carnaval d’Soncent para um patamar mais elevado. A ideia é que o grupo possa ser autossuficiente, consiga organizar os seus desfiles e eventos sem estar muito dependente da ajuda externa. Futuramente poderá produzir os trajes no seu próprio atelier e usar esse mesmo espaço para workshops que serão ministrados pelos artistas mais conceituados da festa da fantasia no Mindelo.

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