A passista Salette Rocha promete colocar toda a sua energia no dia 21 no sambódromo do Mindelo para conquistar o título de Rainha de Bateria pelo grupo Estrela do Mar, mas, desta vez, com a expectativa pessoal mais controlada. Em 2020, diz, deixou-se levar demasiado pelo entusiasmo e a opinião do público e acabou por se sentir mal quando foi dada a classificação. Esta emigrante radicada em Luxemburgo confessa que se sentiu mesmo injustiçada, mas sem desmerecer as outras concorrentes.
“É óbvio que todas as rainhas estão a trabalhar para ganhar o título, para vermos o nosso empenho reconhecido pelo júri e o público. Se perder, quero estar ciente de que fui bem avaliada e colocada no lugar que merecia ficar”, diz Salette, que prevê uma disputa acérrima pelo título da rainha de bateria entre as candidatas dos quatro grupos oficiais. Sabe que vai defrontar concorrentes “muito capazes e experientes”, a começar por Andrea “Brodjinha” Gomes, detentora da coroa por dois anos consecutivos pelo grupo Cruzeiros do Norte. Além disso, leva em consideração o potencial de Mila Diogo (Flores do Mindelo) e Wendy Simone (Monte Sossego), habituadas a desfilar.
A jovem, que chegou a S. Vicente na passada sexta-feira, começou a sua preparação física em Luxemburgo faz quatro meses. Confessa que não é muito dada a fazer ensaios coreografados, mas gosta de sambar muito em casa. Salette adianta que tem feito alguma pesquisa para poder evoluir. Na sua perspectiva, uma rainha de bateria é acima de tudo uma dançarina freestyle que deixa o corpo fluir com a energia da batucada, sem ficar muito amarrada a uma coreografia rígida.
Amante do Carnaval d’Soncent, Salette Rocha considera que teve uma experiência marcante em 2020 quando saiu como rainha de bateria do Estrela do Mar. Afirma que foi muito bem acolhida pelo público e até hoje a sua imagem ficou associada à festa da fantasia.