Projecto “Matrix Têxtil” apresentado no Centro Agroecológico do Madeiral

O projecto “Matriz Têxtil Insular – Gestão da Soberania comunitária e o desenho de novos futuros”, da autoria de Neve Insular, promovido pela Oficia de Utopias e financiado pelo Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, vai ser apresentado na próxima quarta-feira, 04 de junho, no Centro Agroecológico do Madeiral, em São Vicente. Trata-se de um projecto trienal que articula praticas agroflorestais, educativas e artísticas para afirmar uma soberania em arte & design têxtil de base identitária artesanal em Cabo Verde.

Segundo o colectivo artístico Neve Insular, o momento marca o lançamento oficial de um novo ciclo de criação, onde a matéria – terra, algodão e mãos – dá forma ao imaginado, inaugurando uma nova identidade enraizada no compromisso com as comunidades e com o futuro do património têxtil das ilhas. “O projecto Matriz Têxtil Insular propõe revitalizar o ciclo do algodão, a partir da comunidade do Vale do Calhau e Madeiral em São Vicente, Cabo Verde e posicionar o Pano d’Obra como linguagem contemporânea com raízes ancestrais na geografia Pan-Atlântica África, América e Europa,” detalha.

Testemunham a apresentação Odete Serra, adida para a Cooperação Portuguesa, em representação do Instituto Camões, Ângela Lopes, o coordenador do projecto Matriz Têxtil Insular da Oficina de Utopias, Vanessa Monteiro, produtora executiva da Vanessa Monteiro Design e Rita Rainho, investigadora do Instituto de Investigação em Arte, Design e Sociedade, coautoras do Neve Insular e Ederley da Graça Rodrigues, coordenador agroecológico presidente da Associação Agropecuária do Madeiral e Calhau.

Será igualmente apresentado o plano estratégico trienal, delineando as próximas etapas de ação e colaboração. A sessão prolonga-se num ambiente informal de partilha e diálogo em torno do ciclo de algodão e o dos primeiros gestos do futuro colectivo que este projecto propõe.

O colectivo artístico independente Neve Insular, refira-se, nasceu na ilha de São Vicente, do desafio de criar um projecto de design que tivesse na sua base criativa os padrões do pano tradicional de Cabo Verde. Em parceira com a Associação Agropecuária do Calhau e Madeiral, iniciou uma plantação de algodão em 2019, numa área de aproximadamente 300m2, alargando-a para 800m2, em 2021. A produção deu vida à exposição “Neve Insular 0,0003% – Algodão e Resistência”, que aconteceu em Lisboa e foi distinguida “Best of” das artes visuais africana e afrodiaspórica 2023, em Portugal.

Em 2024, levou a exposição ao XTANT Roots 2024, um encontro global que celebra a arte no artesanato para compartilhar conhecimento sobre tradições têxteis e discutir práticas regenerativas. 

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