MCIC manda encomendar bustos de Bana e Manuel d’Novas

O ministro da Cultura anunciou ontem à noite que já foi encomendada a construção dos bustos do compositor Manuel d’Novas e do cantor Bana, duas figuras incontornáveis dos géneros Morna e Coladeira, que serão homenageados no próximo ano em S. Vicente. Esta medida é entendida como mais passo na promoção da Morna, que, voltou a assegurar o ministro Abraão Vicente, será, sim, declarada património imaterial da humanidade no dia 12 de Dezembro. Um feito que, acrescenta o governante, será celebrado na cidade do Mindelo, capital da cultura cabo-verdiana.

“A celebração da Morna é a celebração de Mindelo por excelência como capital da cultura de Cabo Verde”, frisou Abraão Vicente na abertura oficial da feira de artesanato e design URDI, uma edição que, segundo o ministro, acontece às vésperas de Cabo Verde se inscrever na alma do mundo. É que, para ele, a Morna é a alma cabo-verdiana projectada na alma do mundo.

No seu discurso, Abraão Vicente voltou a garantir que a Morna irá atingir o almejado patamar a nível mundial já no início do próximo mês, apesar de haver quem duvide. O ministro baseou a sua convicção na qualidade do dossier apresentado na Unesco pela equipa do Instituto do Património Cultural. “Temos uma equipa supercompetente de técnicos cabo-verdianos que se formaram, voltaram e continuaram a se formar e entregaram uma candidatura impecável. A nível do Governo fizemos toda a diplomacia para assegurarmos os votos. E na última semana estive em Paris e posso garantir-vos que Mindelo será o coração da celebração no dia 12 de Dezembro”, garantiu a tutela da Cultura.

Abraão Vicente atribui um enorme simbolismo a esse feito, que vê como a força impulsionadora que vai catapultar todas as outras expressões e eventos culturais cabo-verdianos a nível nacional e internacional, incluindo o próprio artesanato. Aliás, realçou, não é à toa que a URDI tem como tema este ano a música e homenageia o mestre Baptista, célebre construtor de instrumentos de corda.

A feira, fez questão de sublinhar Abraão Vicente, é um produto 100 por cento idealizado, promovido e concretizado em S. Vicente, com o apoio dos artistas mais antigos, como Manuel Figueira, Luísa Queirós e Bela Duarte. Sem essa equipa conhecedora do legado cultural, frisou, dificilmente estaria a inaugurar mai uma edição do evento. E para o próximo ano, assegura Abraão Vicente, esse acontecimento será realizado com o edifício do Centro Nacional de Arte e Design completamente remodelado como pano de fundo, uma promessa que fez a Mindelo há três anos. E para 2020, o MCIC promete mais investidas na promoção da cultura de Cabo Verde, apesar de o sector nem merecer 1 por cento do orçamento do Estado.

Na verdade, realçou o ministro, o sector terá meramente 0.71 por cento do bolo, quando em 2019 mereceu apenas 0.69% do OGE. Mesmo assim, sublinhou Abraão Vicente, foi possível fazer muita coisa nessa área como a reabilitação de patrimónios, a candidatura da Morna, apoiar grandes eventos culturais, apoiar o lançamento de livros, etc. Com 0.71 por cento, o MCIC promete ser ainda mais interventivo e consolidar a sua visão da Cultura cabo-verdiana.

Kim-Zé Brito

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