Livro “Raizes & Ramos” apresentado no Centro Cultural Cabo Verde em Portugal

 

O livro “Raizes & Ramos”, da autoria do professor Manuel Rosário de Fátima, vai ser apresentado no Centro Cultural Cabo Verde em Portugal, depois do lançamento em S. Vicente, Luxemburgo e Holanda. A responsabilidade de dar a conhecer esta obra vai estar a cargo de António Firmino.

De acordo com o autor, este livro retoma os temas locais e da cultura cabo-verdiana, num contexto literário atual, dominado por uma tendência de diversidade de temas e estilos de narrativas. “Raízes e Ramos é um romance histórico, no sentido em que entretece a ficção e os factos históricos através da saga da família Ramos, da ilha de Santo Antão e de S. Vicente, no período compreendido entre os finais do século XIX e inícios do XX”, revela.

Para Manuel Rosário de Fátima, por aí perpassa toda uma série de pequenas histórias do quotidiano das gentes rurais de Garça e arredores, o que no seu conjunto compõe um painel interpretativo das origens, das raízes lançadas no chão da ilha, em zonas inóspitas ou não, da identidade santantonense, naquilo que o mais tem caracterizado, uma atitude, fundada na dignidade, de sempre pronto a resistir aos fatores adversos e a recomeçar. 

O romance está dividido em 30 capítulos e é dedicado a Maria Alves Ramos, Pedro Adriana, Teodora Lima Ramos e demais membros da família do autor. Os leitores são de início apresentados a nhô Isê, personagem central, aquando da sua morte, em Fundas. “Em flashback são apresentadas todas as outras personagens que constituíram a vida e a saga de nhô Isê, sua labuta diária no campo, seus ganhos e contratempos, mas mais do que isso sua relação com o chão, a terra e família”, lê-se no sinopse, destacando ainda as personagens femininas,  nha Mari d’Sonte e a uma lista de pessoas. 

Metáfora da relação amorosa do homem santantonense à matriz e construção identitária da ilha, a narrativa é dividida entre os pontos de vista de um narrador omnisciente que delega tal tarefa aos seus personagens, num entrecruzar bem conseguido de discursos. “Esses discursos, no seu todo, caracterizam as personagens e suas origens rurais e islenhas, tanto alternando o direto, indireto e semidireto, com recurso ao crioulo e ao português cabo-verdiano”, pontua.

Os espaços e os tempos são revisitados com pormenor e objetividade necessários à compreensão do contexto da história de família e de nhô Isê, que se move entre Garça e Fundas e lugares próximos. 

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