Está patente no Centro Cultural do Mindelo deste a noite de quinta-feira, 03 de Outubro mais uma exposição de desenhos do artista português Jorge Rato, intitulado Pari’Mindelo II. A amostra é composta por 41 trabalhos dos 83 produzidos desde maio deste ano, nesta cidade, onde o artista, que diz tentar ser um cidadão do mu ndo mas optou por fixar residência no Mindelo.
«Não, não se trata de Paris no Mindelo, dizia Jorge Rato no ano passado, na apresentação da primeira amostra, então de 20 desenhos surgidos (paridos) entre 13 de Janeiro e 2 de Fevereiro de 2023 aqui no Mindelo. E a experiencia volta a repetir-se este ano, agora com 41 desenhos. ‘Estes desenhos só se tornam inteiros com o complemento dos títulos, pois são justamente estes, que acabam por lhes conferir e/ou afoitar o sentido’, explicou ainda o artista, realçando que estas palavras são, por assim dizer, a pincelada clarificadora ou, por vezes, complexificado para a interpretação do que se vê.
Outra característica destes trabalhos é a presença da cor, o que acontece pela primeira vez, de modo sistemático, num grupo de desenhos de Jorge Rato, português de 70 anos, mas ‘cidadão do mundo.’ Em 2022, o artista apresentou-se com “30 desenhos Políticos”, no âmbito das comemorações do 48º aniversário do 25 de abril, com desenhos políticos dos anos 70 e 80, do século XX.
Os trinta trabalhos faziam parte de um lote um pouco maior que já tinha exposto por duas vezes: em 2008 na galeria da livraria “Fábula Urbis”, em Lisboa, e anos depois na “Casa do Tempo”, galeria municipal da Câmara de Castanheira de Pera, no centro de Portugal. O conjunto de 23 desenhos, 5 colagens e dois postais ilustrados registavam as impressões do autor sobre transformações sociais e políticas ocorridas em Portugal, durante um período de quinze anos, de 1974 a 1989.
Professor reformado desde 2011, continuou a trabalhar até 2019 num projecto comunitário perto de Lisboa (Cercizimbra), ligado ao apoio a crianças, jovens e adultos com deficiência intelectual bem como às suas famílias. É casado com uma mulher cabo-verdiana e vive em São Vicente desde abril de 2018.