Humberto Santos lança livro em SV sobre literacia mediática: “Jornalismo essencial”

“Literacia mediática e informacional – Jornalismo essencial”, a primeira obra do jornalista Humberto Santos, será lançada amanhã na cidade do Mindelo, com apresentação do professor João Almeida na faculdade da Educação e Desporto. O trabalho, fruto de uma investigação encetada pelo autor, fala do papel da imprensa na sociedade moderna, marcada profundamente pelo impacto tecnológico na difusão das informações. Como enfatiza Santos, o mundo vive num contexto pós-verdade, onde reinam as fake-news e tentativas constantes de manipulação de consciências. Deste modo, a imprensa, diz, torna-se fundamental para separar o trigo do joio e granjear a confiança do público.

“Esta obra alerta as pessoas para serem mais responsáveis e críticas quando decidem partilhar uma informação. Este apelo ganha mais relevância neste momento de pandemia, pois muita gente fica isolada e usa a tecnologia para se distrair e acompanhar o que se passa no mundo”, frisa o jornalista.

Este dianta que tende a haver uma contaminação dos dados que circulam na internet, o que pode provocar danos. Por isso, para ele, essa situação acaba por enaltecer a importância dos órgãos de comunicação social no contexto actual, enquanto instrumentos que se preocupam em divulgar a informação de forma mais cuidada e verídica.

Humberto Santos não fez nenhum estudo para saber como as pessoas usam as redes sociais e se interagem com as notícias em Cabo Verde. Mas, para ele, é evidente a tendência dos internautas em comentar as notícias muitas vezes pelo título, sem terem a preocupação de as ler. “Muitas vezes o título difere do conteúdo, mas as pessoas comentam e isso gera uma bola de neve, pelo que a educação mediática torna-se ainda mais essencial”, salienta esse ex-chefe de informação da RCV.

Para Humberto Santos, o jornalista deve intervir nesses casos, mas tendo sempre o cuidado de evitar responder ofensas. A intenção será ajudar a esclarecer a informação, quando os factos são distorcidos. “O jornalista não deve deixar que seja distorcida uma informação que se encontra clara na sua matéria. Mas deve evitar cair no jogo das ofensas porque, se partir para o ataque, vai provocar uma discussão maior”, adverte.

O livro, que já foi apresentado na cidade da Praia, tem uma tiragem de 500 exemplares e será lançado pelas 18.30 em S. Vicente.

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