O rapper mindelense Rui César está grato com a repercussão que o seu single “Histórias d’nhá avó” tem alcançado. Na internet o clipe ainda tem só 4000 visualizações, mas na rádio e tv, e principalmente nos contactos directos, o impacto tem sido compensativo. Segundo o jovem, o seu trabalho tem granjeado elogios de pessoas de todas as idades, por isso sente que atingiu o principal objectivo que era unir gerações. Além disso acabou por ser convidado para falar da sua obra numa sessão de poesia.
A primeira intenção da música, segundo o autor, foi fazer uma critica construtiva sobre o ensino secundário, mais precisamente para o conteúdo das disciplinas. “Começo por perguntar se têm ouvido falar de Ovídio Martins porque na secundária não falamos de Cabo Verde, mas sim da história de Portugal, Brasil, etc.”, salienta o compositor, que gosta fundamentalmente de contar “estórias” nas suas obras. Ele que se lembra de vários acontecimentos relatados pela avó quando vivia em S. Tomé. Factos desconhecidos de muita gente, em particular dos jovens.
Rui César usa o rap, um estilo mais actual e muito ligado à juventude, para falar de coisas passadas. Através desta miscelânea tenta atrair gerações diferentes. Um desafio e tanto, mas que tem dado resultado. Como diz, tem recebido comentários positivos sobre o single, mas fica particularmente feliz quando recebe elogios de “pessoas de idade”.
“Estou a trabalhar com problemas que afectam a juventude e ao mesmo tempo a tentar mudar o conceito/imagem do rap. Estou envolvido no projecto Rap Educação que fala do rap nas escolas, o lado positivo e o negativo”, ilustra Rui César, que escolheu trabalhar com o rap por ser um estilo sem regras, como diz. O rap, alega, não tem limites, não está amarrado a padrões próprios de outros estilos musicais. “E não quero colocar entraves na minha arte.”
O jovem estudante de marketing está a preparar um EP com oito temas, mas ainda sem titulo e sem data de saída.