Desde ontem alguns bairros e praças do Mindelo estão a ser “invadidos” por grupos de dança que, durante uma hora, apresentam as suas coreografias em estilo de “batalhas”. A iniciativa é de Alfredo Brito e alguns empresários do Mindelo, entre os quais Toy de Caravela, Maika de Purágua e Sissy Vasconcelos, que suportam a logística do certame. Hoje vão estar na praça da Ribeira Bote, amanhã no “Nhô Roque” e, no sábado, na Praça Dom Luís”.
Alfredo Brito, um dos mentores desta iniciativa inédita, explica que esta actividade é promovida por indivíduos que gostam de São Vicente e que querem ajudar algumas pessoas, em especial jovens, fazer da dança o seu futuro. “Dizem com muita frequência que São Vicente é uma cidade de cultura. Não podemos ficar apenas pela constatação. Temos de mostrar as suas várias vertentes culturais. É isso que este grupo de pessoas por detrás desta iniciativa estão a fazer. O nosso objectivo é sensibilizar as pessoas em relação à dança. Há um grande potencial nesta ilha, mas é preciso investir mais para que a dança atinja o patamar que queremos”, afirma.
A vertente artística desta actividade está a cargo Alfredo Brito, que convidou os grupos que, diz, ensaiam diariamente, mas não têm um palco para apresentar o seu trabalho. “Estes grupos ficaram motivamos. Ontem, por exemplo, fizemos uma apresentação na Avenida de Holanda em Monte Sossego e foi um grande espectáculo. Tivemos muitos grupos a fazerem batalhas de dança em vários estilos: afro, tradicionais, kizomba e salsa.”
Hoje, na Praça da Ribeira Bote, haverá uma apresentação do grupo African King, que fará um show contando a história da África e da Ásia. Este grupo, segundo Brito, está a cerca de três semanas a preparar as coreografias, pelo que se espera um grande espectáculo. “Esperamos uma grande adesão dos moradores de Ribeira Bote. Contamos com apoio do artista plástico Manu Rasta, que está a fazer a divulgação desta actividade na zona”, diz este nosso entrevistado, lembrando que a dança não tem fronteiros e nem barreiras.
A prova disso é que, a primeira apresentação contou com a demonstração de um casal de bailarinos italianos a cima dos 50 anos e também de uma dupla de jovens com menos de 17 anos. “Todos interagiram num contexto harmonioso e as pessoas que assistiam adoraram. Tivemos ainda a participação do Kizomba Family e de vários grupos de danças tradicionais das escolas do Ensino Básico Integrado, que têm estado a investir nesta faixa etária para perpectuar as danças tradicionais de Cabo Verde. São crianças de 12-13 anos”, pontual
O propósito, diz o entrevistado, é mostrar todo o potencial de dança existente em São Vicente. Mas, adverte, só isso não chega. É preciso lapidar este diamante para aumentar o seu valor. É neste sentido que os mentores já estão a preparar para realizar esta actividade, com mais consistência, no próximo mês de Dezembro, altura que São Vicente recebe muitos emigrantes.
Constânça de Pina