GRES Monte Sossego realiza Assembleia-geral electiva: Patcha revitaliza “cirurgicamente” equipa para concorrer ao terceiro mandato consecutivo

O arquitecto António Duarte vai apresentar a sua terceira candidatura consecutiva ao cargo de Presidente do GRES Monte Sossego, numa assembleia electiva ordinária agendada para 3 de Julho. Caso a sua equipa saia vencedora do escrutínio, Patcha, como é conhecido, será conduzido a mais um mandato no comando daquele que é considerado o maior grémio alegórico de S. Vicente, depois de legitimado como dirigente nas eleições de 2013 e 2016.

“Estamos dispostos a continuar a dar a nossa contribuição ao Carnaval de S. Vicente através do Monte Sossego, grupo pelo qual trabalhamos incansavelmente durante os anos que estivemos à frente da sua gestão. Vamos à luta com espírito receptivo e estamos a incentivar os membros a apresentarem listas concorrentes para que possamos ter uma disputa saudável e que permita a melhor escolha para os próximos três anos”, frisa o presidente cessante, para quem qualquer cenário é possível se surgirem novas propostas.

É certo, no entanto, que já tem a sua lista preparada, que integra rostos “antigos” e novas apostas. Como realça, é preciso fazer o refresh na equipa porque há um desgaste natural de alguns elementos. “Mas há pessoas dispostas a revigorar a nossa candidatura”, garante.

A actual direcção do Montsu terminou o seu mandato no Carnaval 2019, um desfile que deixou cicatrizes profundas na alma do grupo. É que, contra as previsões dos foliões, que apostavam numa vitória “fácil” de Montsu face à desistência dos bicampeões Vindos do Oriente, teve a pior classificação dos últimos anos, ao ver o Cruzeiros do Norte arrebatar a quase totalidade dos prémios em jogo. Esse resultado, acrescenta-se, aconteceu no ano em que o desfile foi inteiramente organizado pela Liga Independente dos Grupos de Carnaval de S. Vicente – LIGOCSV. No entanto, Patcha faz questão de frisar que o grupo prometeu batalhar pela vitória, tentou motivar o seu “exército”, mas sem nunca subestimar os adversários.

“Este ano fomos invadidos por uma sensação terrível de injustiça pelo trabalho abnegado que fizemos e a qualidade do nosso desfile. Para mim, foi um dos melhores espectáculos que colocamos na rua e o ano em que estivemos mais organizados. Aceitamos a decisão do júri, mas não concordamos. Os resultados de 2019 foram incaracterísticos”, frisa Patcha Duarte. No seu entender, o júri fez uma péssima avaliação, algo, que diz, é facilmente comprovado com dois ou três cliques no website da Liga. Para ele, quem quiser tirar as dúvidas é só acessar a plataforma oficial da Ligoc e verificar o quanto Monte Sossego foi prejudicado, em questões técnicas básicas .

No entanto, este dirigente considera que houve aspectos dignos de realce no Carnaval deste ano, como o nível da organização do sambódromo e a sonorização, embora considere que este último ponto esteja a precisar ainda de afinações. Quanto aos itens negativos, enumera o desempenho do júri e o desfile durante o dia. Neste capítulo, faz notar que o Monte Sossego chegou a chamar atenção para o facto de haver a possibilidade de um ou outro grupo ser avaliado durante a noite, o que acabaria por criar condições diferenciadas de apreciação. Apesar disso, António Duarte voltou a parabenizar o grupo Cruzeiros do Norte pela vitória.

Monte Sossego, sublinha o dirigente cessante, ganhou apenas dois título nos seus dois mandatos, mas, adverte, o grupo fez um trabalho incansável e meritório para melhorar a qualidade do Carnaval de S. Vicente, tendo sempre em mente o pódio. Por esta e outras razões faz um balanço agridoce dos seis anos que esteve no comando de Montsu. Mesmo assim, recorda, Monte Sossego continua a ser o grupo com mais títulos no palmarés.

“Fizemos um esforço enorme desde 2013 para elevar o patamar do nosso Carnaval e isso é um ponto que devemos enaltecer. O lado menos positivo é que impomos a nós mesmos o objectivo de conseguirmos uma sede e até agora isso não foi possível, por diversos motivos”, revela Patcha, cuja gestão vai estar sob avaliação dos sócios do Monte Sossego. Nessa assembleia vai apresentar o relatório e contas bem como o plano de actividades referentes a 2018-19 e ainda submeter a sua lista às eleições para o horizonte 2022. Como diz, essa recandidatura não significa que se queira perpectuar no cargo, mas única e simplesmente representar ao mais alto nível o bairro com o maior grupo carnavalesco de S. Vicente.

A assembleia acontece depois de amanhã, resta saber se Patcha irá continuar a liderar Monte Sossego ou se o grupo vai mudar de comandante.

Kim-Zé Brito

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