A 5ª edição do Festival Oiá, que arrancou ontem e vai até o dia 9 de outubro, mostra a importância do cinema e do audiovisual no desenvolvimento sustentável, um propósito que este ano eleva-se a um outro patamar graças as parcerias com o Projecto Aliança e o Ministério da Cultura que, segundo Tambla Almeida, permitiu capacitar e formar varias pessoas, garantindo a sua continuidade.
“Acreditamos que o cinema e o audiovisual podem contribuir para o desenvolvimento sustentável. Estamos a falar da economia digital, mas temos de olhar para esta de uma forma mais profunda e com mais sensibilidade e isto envolve, de forma inequívoca, a parte educativa”, afirmou Tambla Almdeia, para quem a educação tem estado muito restrita a ideia da escola, mas o que se pretende é passar uma ideia de educação para a comunidade e, ao mesmo tempo, proporcionar a estas ferramentas nas áreas criativas para impulsionar o seu desenvolvimento e superar desafios.
O responsável deste festival reconhece que o engajamento e os resultados dependem de cada comunidade. Mas informa que o que a organização do Oiá pretende é incutir nas pessoas a ideia do que o cinema permite fazer, que é trabalhar as questões identitárias com valor para servir como uma mais-válida para impulsionar as comunidades a atingirem os seus objectivos.
Neste sentido, o festival arrancou com uma programação na Avenida Marginal com Cine Praça, WebLab, TV Oiá. Hoje “Oiá Baía” apresenta“Ossos da Saudade” de Marcos Pimentel. Trata-se de um filme que passa por diferentes países, incluindo Cabo Verde. “Trabalhamos neste filme enquanto produtor local e, portanto, temos uma grande satisfação em o receber. O seu director, Marcos Pimentel, tem trabalhado connosco desde o inicio do festival, em 2006, em termos de formação.”
Segue-se uma programação musical com Uví Milmar (Milanka-Marcelo), que vão fazer interpretações no modelo de concertos curtos. Amanhã, sexta-feira, será aprestando o filme “O Último gesto” de Mario Vaz Almeida, segue-se “The Master Plan” de Yru Ceuninck, “Manuel d’Novas – Coração de um poete” de Neu Lopes e termina com ”Mangifera” de Flávio Gusmão, em homenagem a Samira Pereira. Pelo menos, serão realizado alguns workshop de captação de som, mesa redonda do Projecto Aliança DHAA, Uví com Sai Dias, Vamar e Day e com Bety Almeida e Bay.
Sobre estes filmes, Tambla explica que a área cultural e artística foi a mais afectada pela pandemia da Covid-19 pelo que, este ano, decidiram não fazer concurso. Assim, optou-se por uma selecção com base nos trabalhos feitos nos últimos dois anos, para além dos convites internacionais feitos para Angola, Moçambique, Brasil e Portugal.
A 5ª edição do Festival Oiá terá intervenções nas praças Dom Luís e Nhô Roque, plantações de arvores e outros projectos ambientais e de formações, e ainda exibições de filmes nos bairros de Ribeira de Craquinha, São Pedro, Alto de Bomba em Monte Sossego, Pedra Rolada, Fonte Inês e Cruz João Évora.