Elite do rap do Senegal presente no Mansa Musik Camp no Mindelo 

A Social Nation Africa, em parceria com a Mansa Musik Group, recebe a partir  de 05 de janeiro o “Taaru Rap Camp”, uma residência com 34 artistas e produtores da elite do rap do Senegal. A apresentação deste “campus”, que terá a duração de cinco dias, foi feita esta tarde à imprensa em São Vicente, numa cerimónia testemunhada pelo Ministro da Cultura e das Industrias Criativas, Abraão Vicente, e pelo investidor e proprietário do Mansa Floating Hub, Samba Bathily. 

Na sua intervenção, Samba Bathily explicou que a ideia de realizar esta residência artística na cidade do Mindelo surgiu de uma discussão com alguns artistas. “Há uma semana aconteceu uma reunião de todos os rappers senegaleses, o que é muito bom porque os artistas devem trabalhar juntos. É esta a nossa visão. Se quisermos que o continente africano avance é preciso antes de mais nada união. E isto deve acontecer a todos os níveis, ou seja, da arte, dos negócios e da politica. Não podemos construir nada sólido sem estarmos unidos”, afirmou este empreendedor, realçando que esta é aliás a visão por detrás da construção do Mansa Floating em São Vicente. 

Queremos trazer a África e a diáspora, através deste barco, para virem aqui criar, discutir e partilhar. Este é o objectivo da vossa vinda para trabalharem juntos e com os artistas locais cabo-verdianos. Para além disso, espero que possam partilhar a criatividade. Eu acredito na colaboração, não na competição. É isso que nos falta em África. Há muita competição e não há colaboração. Espero que, no final, todos se beneficiam”, perspectiva Bathily, para quem Cabo Verde é em si um hub artístico.

Duggy Tee, considerado o primeiro rapper do Senegal e um artista reconhecido a nível internacional por fazer rap positivo, mostrou-se satisfeito pelo acolhimento em S. Vicente e disse esperar que esta residência seja um sucesso. O artista, que falou em nome do grupo, lembrou que muitos deles são originários de diferentes comunidades e que cada um possui especificidades próprias. “Para além de estar aqui para trabalhar, queremos descobrir Cabo Verde e conhecer os artistas deste magnifico país. Somos uma família. Juntos podemos fazer qualquer coisa de e para África.”

Responsável pela organização do projecto sobre desenvolvimento da música e união dos artistas do estilo hip hop do Senegal, Omzo Dollar acredita que as autoridades devem aproximar-se de Samba Bathily porque, para ir mais longe, precisa de todos. “É magnifico ver aqui tantos artistas vindos do Senegal para Cabo Verde. Penso que temos a mesma filosofia. Os cabo-verdianos que vivem no Senegal estão bem integrados, o mesmo acontece com os senegaleses que vivem aqui”, frisou, realçando que a maior parte destes artistas são celebridades e donos de estúdios no Senegal.

 

Artistas do rap do Senegal

 

Coube ao ministro da Cultura apresentar as boas-vindas aos artistas participantes desta residência. Para Abraão Vicente, esta é uma experiência extraordinária, proporcionada pelo Mansa e patrocinada por Samba Bathily, criando uma oportunidade estratégica de Cabo Verde se projectar no mundo, através de um gênero musical contemporâneo, moderno e que toca a juventude. Abre as portas da música internacional deste país como um território onde se produz música de qualidade. “Mostra-nos que aqui não se produz música apenas cabo-verdiana, mas música com label cabo-verdiano. Música africana de qualidade do Mansa Group para o mundo.”

Entende o governante que ter aqui todas estas super estrelas do Senegal é um sinal da abertura de Cabo Verde para o mundo, de proximidade das ilhas com o continente africano, uma oportunidade para negócios, de aprendizagem para o sector de produção musical e uma afirmação da presença do grupo Mansa no país. “Esta abertura para o hip hop é também sinal de que o nosso hip hop será contagiado e envolvido. Ter nomes como o cantor e compositor nigeriano Tekno a trabalhar com Djodje e Jossilyn, ver aqui o pai do rap senegalês Duggy Tee e o cantor Mohombi a residir aqui é sinal de que o Mansa Group veio para ficar e que há mais investimentos a caminho. Mas é também uma oportunidade de ver as varias gerações de Cabo Verde a acompanhar o desenvolvimento do panorama musical”, pontuou. 

Antes, houve ainda uma pequena intervenção do cantor Mohombi Nzasi Moupondo, conhecido profissionalmente como Mohombi, que informou que esta residência artística terá duração de cinco dias. Nascido em Kinshasa, República Democrática do Congo, Mohombi reside em S. Vicente e é director do Mansa Music Group. Samba Bathily também lembrou que neste momento encontra-se em Cabo Verde o artista  e produtor nigeriano Tekno e sua equipa, a trabalhar com Djodje e Jossilyn. 

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