O edil Augusto Neves elogiou ontem o cartaz da 13. edição do Mindel Summer Jazz, cuja programação, disse, cria inveja aos amantes da música em qualquer parte do mundo. “Este é um cartaz de sucesso em qualquer lado. E em S. Vicente, uma ilha pequena, temos a ousadia e coragem de chegarmos a este nível”, comentou o presidente da CMSV durante uma conferência de imprensa para o anúncio das propostas do festival, que anualmente mobiliza a cidade do Mindelo com eventos diversos e cujo ponto alto é o espectáculo na Pracinha d’ Liceu Bedje com nomes sonantes do jazz.
Para Neves, o amadurecimento do evento, mais um cartaz do verão mindelense, é fruto do empenho da dupla Xazé Novais e Voo e assegurou que a autarquia vai continua a ser uma mão amiga pela importância que o evento representa para o engrandecimento cultural da cidade do Mindelo. “Por isso agradeço a realização desta 13. edição do festival, que tem conseguido andar com os próprios pés”, salientou o autarca, que voltou a justificar a sua aposta na cultura. Segundo Neves, S. Vicente é uma ilha onde a cultura flui – centro de manifestações pujantes como o Carnaval. Deixou claro que, independentemente das críticas, a CMSV vai continuar a trabalhar para projectar eventos culturais, segura dos seus impactos na economia local.
Após “muita luta”, o MSJ acontece nos dias 7 e 8 de agosto, segundo Xazé Novais, com uma programação rica e diversa. O evento, salienta, faz este ano um tributo aos 50 anos da independência de C. Verde, incluindo as dez ilhas e a diáspora. Isto porque, enfatiza, a música teve um papel preponderante no processo de libertação do país e na fundação da identidade cabo-verdiana.
“Com muito esforço, conseguimos preencher o programa tal como o imaginamos”, assegura Novais, lembrando que o festival mobiliza a cidade durante uma semana, e não apenas nos dias do espectáculo central na Pracinha d’Liceu Bedje.
A dinâmica começa na próxima terça-feira com uma exposição do artista Bento Oliveira, intitulada Temperansa, que emana uma mensagem para Cabo Verde e o mundo. No dia seguinte acontece o concerto Alta Lua Jazz Conection, no pontão da Marina do Mindelo, em frente ao Centro Cultural do Mindelo. O show estará a cargo da orquestra Sab Sabim, um projecto desenvolvido na localidade de Ribeira d’Craquinha pelo Frei Silvino. Além disso, está prevista a actuação da jovem artista Ely Benrós, guitarrista e cantora.
Segue o Jazz Junior, destinado às crianças e às famílias, certame que desde o arranque do projecto costuma acontecer no Centro Nacional de Artes e Artesanato e na Praça Nova. Este ano, no entanto, esta actividade ficou mais reduzida.
As masters classes, aulas proferidas por músicos do cartaz, são outros momentos marcantes do MSJ e que vão decorrer na Escola de Música com a presença dos artistas Richard Bona e Alfredo Rodriguez.
O MSJ, segundo Voo, tem por princípio manter a qualidade ou aumentá-la a cada edição. Focado neste aspecto, diz o co-organizador, o evento apresenta este ano uma programação à altura, pensado para honrar o grande momento da história de C. Verde, que é a proclamação da independência nacional.
O empresário lembrou, neste sentido, o importante papel que Cuba jogou no processo de libertação liderado por Amílcar Cabral. Sublinhou, aliás, que Cabral enaltecia a força da cultura, em especial da música, na luta pela independência. E nesta edição, disse, há uma interessante presença de artistas cubanos.
Em relação ao cartaz dos dias 7 e 8, caberá ao guitarrista cabo-verdiano Sérgio Figueira a responsabilidade de abrir o show. Logo de seguida, o palco será entregue ao trio cubano liderado por Rolando Luna, um “artista positivamente agressivo”, e que, conforme Voo, está a gerar muita expectativa. O primeiro dia será encerrado com a actuaçao do sexteto Cuba Jazz Sindicated.
A noite de 8 de agosto vai propiciar ao público momentos com The Ron Berklee College, vindos dos Estados Unidos, um quinteto com Carmen Sousa e finalmente o encerramento com o trio que integra Ricard Bona, Micael Oliveira e Alfredo Rodriguez.
