O documentário “Omi Nobu” foi ontem premiado com o galardão de ouro na 29ª edição Festival Panafricano de Cinema e Televisão de Ouagadougou (Fespaco), que decorreu entre 24 de fevereiro e 05 de março, no Burkina Faso. O prémio foi recebido pelo director e realizador Uri Ceunick.
Considerado um dos mais importantes festivais de cinema e do audiovisual de África, foi a própria organização a divulgar esta informação, que imediatamente foi partilhada pelo Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas. Numa curta publicação, a tutela parabeniza o cineasta pela premiação de melhor documentário e por levar uma boa história para que o mundo conhecesse.
“O nome do diretor e realizador, Yuri Ceunick fica inscrito na história do cinema de Cabo Verde e de África com o “Omi Nobu”. O cinema cabo-verdiano orgulha-se de si. Cabo Verde orgulha-se de si”, escreve o MCIC.
O documentário “Omi Nobu” conta a história do último habitante da aldeia de Ribeira Fundo, em São Nicolau. Quirino da Cruz, revela o sinopse, terá resistido a uma serie de trágicos acontecimentos que que levaram os demais moradores a abandonar a vila para se estabelecer na vizinha Estância de Braz.
Durante quatro décadas este homem de 76 anos recusou ajuda oferecida por amigos e pelas autoridades locais e permaneceu sozinho em Ribeira Funda, que considerava a terra do seu nascimento e o túmulo da sua morte. Vivia da pesca e da agricultura e tinha como companheiros um galo e alguns pardais.
As noticias do mundo ficava a saber por um radio de pilha. Este veio a falecer em 2022, durante a pandemia da Covid-19, facto que levou o cineasta e a produtora Korikaxoru Films a anunciar a sessão de estreia em Cabo Verde, na ilha de São Nicolau, em homenagem ao malogrado Quirino da Cruz.