Comunidade cabo-verdiana homenageou Cesária Évora em Roma

A comunidade cabo-verdiana residente em Italia homenageou no dia 29 de junho a cantora Cesária Évora com um espetáculo na Casa de Cinema, situada na prestigiosa Villa Borghese. O evento foi programado e realizado pela Associação Caboverdemania e Tabankaonlus, ambas envolvidas na promoção (a nível muito alto) da cultura cabo-verdiana naquele país europeu.

Foi uma noite mágica dedicada à Rainha da Morna, Cesária Évora . Da programação constou a apresentação do filme-documentário sobre a sua vida, música, entrevistas, testemunhos e muita morabeza. Dois jovens da segunda geração de emigrantes, Jorge Canifa e Catelina H. Almada, abriram o evento. Seguiu-se a projeção do filme documentário de Ana Sofia Fonseca sobre a vida

Da “Diva dos pés descalços” , com imagens inéditas e insights sobre a vida da cantora. “O filme acompanha as lutas e o sucesso da Diva dos Pés Descalços. Sua voz a levou da pobreza ao estrelato, mas seu único sonho era ser livre.”

Três artistas cabo-verdianas se alternaram no palco com um repertório musical das melhores canções interpretadas por Cesária Évora: Natalia Santos que veio da Holanda, Ondina Santos de Roma e Marzia Duarte de Firenze, com oacompanhamento musical do grupo Marseazul.

Alberto Zeppieri e Marzio Marzot

Iniciou como tema “Miss Profumado” e terminou com Sodade cantado também pelo público italiano, acompanhado duma interminável salva de palmas. No palco estiveram ainda algumas personalidades importantes, caso do Alberto Zeppieri e Marzio Marzot, Ondina Santos, que privaram com Cesária Évora antes e após ser reconhecida com uma estrela mundial.

 

Alberto Zeppieri, refira-se, é um produtor musical que dedicou 10 CDs à música cabo-verdiana. Criou duetos com os mais famosos cantores cabo-verdianos e italianos e, todo o dinheiro arrecadado com a venda dos CDs é destinado ao Programa Alimentar Mundial (PMA).

Marzio Marzot é especialista em comunicação para o desenvolvimento e trabalha há anos com cooperação internacional em Cabo Verde. Enquanto fotógrafo publicou livros e inúmeras reportagens sobre o arquipélago. Marzio, segundo testemunhos, fez um discurso comovente e contou alguns episódios vividos por ele mesmo e que demostram o tamanho do coração da Cize.

Jorge Canifa e Catelina H. Almada

Um dos episódios contados diz respeito a um emigrante do Mindelo que regressou da Holanda devido a problemas mentais. Segundo Marzio, este homem tornou-se um sem-abrigo mas inventou uma maneira de sobreviver. “Quando precisava de dinheiro, desenhava com precisão notas de florins holandeses e depois levava-as a Cesária pedindo-lhe que as trocasse por escudos cabo-verdianos. Cize entrava na brincadeira, contava os florins e depois dava-lhe alguns escudos, deixando-o ir embora feliz”, relatou. 

Para este fotografo, a sensibilidade e a generosidade de Cise fizeram com que o sucesso nunca lhe tenha subido à cabeça. Permaneceu uma pessoa simples e com um coração carregado de amor, concluiu. 

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