A presidente da companhia teatral Fladu Fla disse que é uma grande honra receber o Prémio Mérito Teatral, que dedicou aos actores do grupo e aos seus pais. Para Sheila Martins, que falava em video conferência durante a cerimónia de entrega da estatueta pela Associação Artística e Cultural Mindelact, esta distinção é um reconhecimento pelo trabalho do grupo e serve de fonte motivadora e ainda de catalizador para os futuros actores.
“Receber este prémio é uma grande honra para a companhia teatral Fladu Fla, constitui um reconhecimento dos nossos trabalhos, serve como fonte motivadora para as nossas acções e ainda um catalizador para os futuros actores. Por outro lado, este prémio simboliza uma responsabilidade acrescida nas nossas próximas produções artísticas”, afirmou a presidente, que aproveitou para felicitar o Mindelact pelo gesto nobre, entidades, organizações e agentes do teatro que, directa ou indirectamente, contribuem para a promoção e valorização desta arte.
A presidente do Fladu Fla não tem dúvida de que a implementação do Prémio de Mérito Teatral é um grande incentivo para a pratica do teatro e chama a atenção dos decisores políticos para a definição de uma politica e de uma estratégia de investimento na cultura, enquanto componente da história de um povo. Esta politica, disse ainda, deve servir de suporte para uma decisão mais equilibrada e pondera para um grande investimento na promoção e valorização das modalidades artísticas, enquanto instrumento da promoção e projecção da cultura em Cabo Verde e no além fronteira.
Coube a vice-presidente da Assembleia-geral da Associação Artística e Cultural Mindelact, Elisangela Monteiro, apresentar a companhia Fladu Fla para o público presente, no caso amantes e agentes teatrais, representante do Ministério da Cultura, da Camara Municipal de S. Vicente e da sociedade civil e entregar a estatueta à actriz Silvia Lima, em representação do grupo. Já o presidente da direcção do Mindelact, João Branco, leu uma breve mensagem alusiva ao Dia Mundial do Teatro e falou do prémio, anualmente atribuído pelos agentes teatrais, que reconhecem os seus pares.
“Este não é um prémio atribuído por críticos, jornalistas ou por uma instituição publico ou privado. É um prémio atribuído por agentes teatrais para pessoas do teatro. É um reconhecimento que se realiza dentro da própria classe. Num meio em que se diz que há muitas invejas e egos é sempre bom sublinhar que este prémio é atribuído e decidido por pessoas do teatro”, enfatizou Branco, que destacou a forma como o teatro toca no âmago das pessoas, é catárquico, emocional e libertadora.
“O teatro é a arte onde não existe quem faz e quem assiste, não existe emissores e nem receptores. Todos os envolvidos fazem parte deste incrível cerimonial cênico, esteja no palco, estejam nas plateias porque não existe teatro sem publico”, acrescentou, realçando que todos têm a sua cota parte no processo de humanização da humanidade que o teatro permite. “O teatro permite que soltemos sorrisos e lágrimas libertadoras e alimenta espíritos que parecem estar a desistir de lutar. No Mindelo, ser, fazer e estar no teatro é símbolo, é bandeira é coração. Este é o amor que nos salva todos os dias. Obrigado Mindelo, cidade do teatro”.