O Centro Nacional de Arte, Artesanato e Design – CNAD inaugura na quinta-feira, 20, “ILHA em IV atos”, da artista plástica Luísa Queirós, com curadoria de Irlando Ferreira, nas Galerias Zero e Luísa Queirós. Será acompanhado do concerto de abertura de Sérgio Figueira e Vozinha às 18h00 no CNAD.
A exposição é apresentada em IV Atos, guiada pela poética visual da Luísa Queirós. “A artista mergulha no seu universo criativo, através de espaços, cores vivas e formas que nos fazem refletir sobre as suas múltiplas inquietações ao longo da sua vivência na rua de Praia. É uma exposição visual-poética enquadrada na programação e no 1o ano da reabertura do CNAD”, diz nota.
“O exercício de apresentar ao público um olhar sobre a obra de Luisa Queiroz a partir do pressuposto curatorial e temporal requer ousadia e algum silêncio”, diz Ferreira, realçando que Luís dedicou o seu oficio à criação de espaços oníricos onde as utopias são possíveis. “Este universos de múltiplas camadas é composto de sonhos, diálogos, questionamentos, resistência e muita coragem.”
Para o curador, Luísa posiciona-se de peito aberto e espírito elevado perante todas as lutas e desafios. E é sobre esta perspectiva que interessa abordar a sua obra. “Este diálogo e abordagem critica focam a sua dimensão pictórica mas, tratando-se de uma artista multidisciplinar, a sua criação integra diferentes materiais, técnicas, tecnologias e linguagens”, pontua, sublinhando que Luísa é uma contadora de histórias que usa a tela como espaço cénico.
Sobre os atos em si, o primeiro “Onírico Manifesto”, fala dos tempos, das gentes e das tensões, mas também do imaginário e da poética da obra desta artista. O segundo, “Negras, Brancas e Loiras – Famílias” é composto pela serie ‘Famílias cabo-verdianas de 1900 e outras famílias’, mostrando um discurso criativo e antropológico sobre a condição mestiça das famílias cabo-verdianas.
O Ato III “Ess Mar”, retrata um mergulho no mar imenso para daí extrair argumentos que falam dos barcos abandonados e os naufrágios do corpo e da alma, enquanto que o Ato IV ‘Jangada de Nós’, apresenta um dialogo poético a partir de “A Jangada de Pedra” de José Saramago. “A série ‘Momentos Mágicos’, corpo deste ato, transfere para a linguagem pictórica as emoções despertadas pela leitura e pela apropriação de personagens desta obra literária para, como refere Saramago ,dar lugar a objeto estético autônomo que é a pintura”, detalha o curador Irlando Ferreira.