O som de 360 instrumentos de percussão vai encher as artérias da “Morada” no dia do Carnaval, distribuídos pelos grupos oficiais Monte Sossego, Flores do Mindelo, Estrela do Mar e Cruzeiros do Norte, consoante ditou o sorteio dos grémios. Conforme dados recolhidos por Mindelinsite, Montsu volta a ser detentor do maior contingente de tocadores, com 110 elementos liderados pelo maestro Edir Brito e animados pela passista Dailene Rocha.
Em segundo lugar aparece o Cruzeiros do Norte, que aumentou a sua bateria com 10 elementos e antevê colocar no asfalto do Mindelo um grupo de 90 executantes, todos do projecto Mindel Samba. Estes serão orientados pelo mestre Maiuca e terão Andreia Gomes como rainha de bateria. O grupo de Cruz João Évora é o único a usar o Agogô.
De seguida aparecem no “ranking” o Estrela do Mar e Flores do Mindelo, que apostam, cada um, numa equipa de “apenas” 80 instrumentistas. A dupla Mick Lima/Cabol irá conduzir a batucada do “estrela” e caberá ao maestro Nuno Gonçalves puxar pelos tocadores da batucada Florianos.
O Tamborim terá supremacia no conjunto dos instrumentos de percussão escolhidos pelos quatro grupos oficiais, com 97 peças. Com uma ligeira diferença aparece o Surdo, o instrumento que costuma “encher” o compasso das baterias, com 92 tambores.
Se as contas baterem certas, 89 Caixas vão “colorir” ritmo das batucadas no sambódromo do Mindelo. No tocante aos Repiniques serão 45, mais dez que os Chocalhos. Já o Agogô será usado apenas pelo Cruzeiros do Norte, com duas unidades.
Tal como acontece a cada ano, há grupos que aumentam e outros que diminuem a força da sua batucada, dependendo muitas vezes do orçamento e da disponibilidade de instrumentos. O caso de Monte Sossego é mais paradigmático. O grupo da “terra d’índio” vinha apostando nos últimos dois anos numa batucada cada vez mais “robusta”, mas resolveu agora diminuir consideravelmente o seu contingente. Como informa o maestro Edir Brito, Montsu saiu no ano passado com 180 elementos, mas decidiu reduzir a batucada para 110 tocadores. Este redimensionamento, na sua opinião, vai proporcionar uma melhoria na qualidade da batida projectada para o desfile.
Flores do Mindelo e Cruzeiros do Norte surgem deste modo na “contramão”, ou seja, decidiram reforçar o toque da bateria. O primeiro vai passar de 74 para 80 tocadores liderados por Nuno Gonçalves, enquanto o segundo grémio terá mais 10 elementos do que no desfile do ano passado, o que perfaz 90 pessoas. Já Estrela do Mar, que regressa ao activo após sete anos de retiro, aposta numa batucada com 80 elementos.
Samba e Vindos do Oriente
No dia anterior ao desfile oficial, a 4 de Março, Samba Tropical vai desfilar com o suporte de 80 tocadores, basicamente os mesmos do Estrela do Mar. No comando da bateria estará a dupla Mick Lima/Cabol responsáveis pela percussão da música Pulá largod, de Jotacê e Anísio. Caberá à passista Josiane Monteiro a tarefa de embelezar e puxar pela performance dos músicos.
Nessa mesma noite, talvez após a saída do Samba, o Vindos do Oriente deverá continuar a aquecer o ambiente com um trio eléctrico suportado por uma bateria de 50 elementos, comandados pelo maestro Vady Dias. O grupo de Dona Lili, que no ano passado usou 80 tocadores na sua batucada, pretende colocar mil foliões no asfalto a cantar e a sambar ao ritmo da música Superstar na Bollywood.
Sidneia Newton (Estagiária)