Carnaval começa em SV: Foliões respondem em “massa” ao desfile dos Mandingas da R. Bote

Os foliões compareceram ontem em massa no primeiro desfile dos mandingas da Ribeira Bote, o grupo de animação que costuma arrastar consigo milhares de pessoas a cada domingo à tarde. Como já é norma, os guerreiros partiram dos estaleiros ao ritmo da sua batucada e penetraram logo pelas artérias estreitas da zona libertada, em ziguezagues que deixaram muita gente confusa, sem saber ao certo qual o rumo tomar. “Tude manera e ba devagar”, gritava a jovem Hérica Silva.

E devagar, mas mesmo devagar, o grupo serpenteou-se pelos becos, parou em frente à casa de uma mandinga que faleceu, num gesto de homenagem, depois entrou pelas ruas de Fonte Filipe até “desaguar” na avenida alcatroada em frente à Esquadra de Fonte d’Inês. Daqui a “serpente” mostrou o seu tamanho, qual uma anaconda que sai da floresta e se estende por uma estrada.

“Ainda nem somos tantos assim, mas para primeiro desfile está óptimo”, considerava Flávio Mendes, enquanto esquivava o corpo de um grupo que circulava de bicicleta por entre os foliões. É que, verdade seja dita, no desfile dos mandingas da R. Bote vale tudo. Até ficar a fazer passes de futebol ao longo da trajectória.

Logo no arranque, os “guerreiros” liderados por Tau Rodrigues partiram do centro da Ribeira Bote rumo às zonas de Cruz, Madeiralzim e Chã d’Alecrim. Como sempre, deixaram a sua imagem de marca na descida da assomada de Cruz, de onde os foliões se reuniram e desceram em debandada em direcção a Fonte d’Meio, tendo como pano de fundo toda a extensão da baía do Mindelo e o Monte Cara.

Para Emitéria Delgado, uma emigrante residente na Itália, foi um momento sublime. Ela que todos os anos faz questão de vir a S. Vicente curtir os desfiles dos mandingas da R. Bote. “É a única festa que faço questão de vir passar em Cabo Verde.”

Até o desfile oficial do dia 5 de Março, todos os domingos vão ser assim. E cada vez com mais gente.

KzB

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