A peça Voltejar da Borboleta será estreada hoje à noite na galeria Zeropointart, na Cidade do Mindelo, numa performance teatral a ser executada pelo autor Benito Lopes. Trata-se de uma obra que, conforme este jovem, procura promover o conceito de beleza, que ele visualiza como um valor estético controverso pela linha ténue que divide o “belo” do “menos belo”.
O Voltejar da Borboleta é uma apresentação a solo, surge fruto da admiração que o artista tem não só da beleza das borboletas e das flores, mas também pelo design das velas dos barcos dispersos na ilha de Santa Luzia. O artista enalteceu de tal forma tal inspiração, que diz ter entrado no seu ateliê com um conceito já planificado para ilustrar a beleza embutida nas referidas figuras. Promete, por isso, uma actuação surpreendente.
O trabalho conta com o patrocínio do Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas e o apoio do Centro Cultural do Mindelo, do Ateliê Melanina, da escola de teatro “Xpressá” , entre vários amigos que, assim como Benito, encaram o teatro como um desafio, o que torna o resultado “mais saboroso”.
Benito Lopes apostou no teatro como forma de expressão individual, que começou como entretenimento na Escola Secundária Jorge Barbosa, através da sua professora e agora colega Patrícia Silva, e tornou-se parte da sua rotina. Na perspectiva do arista, o conceito do belo é algo controverso que o inquieta pois, segundo o mesmo “a beleza está nos detalhes, mas cada um tem a forma própria de interpreta-la.” “Procuro através duma performance promover o conceito de beleza, que penso ser um valor estético controverso pela linha ténue que divide o belo do menos belo”.
O jovem artista adianta que tem uma crítica na peça referente a veneração que as pessoas têm pelas cores e o preconceito à neutralidade do preto e branco, “menos vivas”. De forma resumida, almeja transmitir a mensagem através da instalação performativa e partilha da inquietação que o conceito de belo causa.
Andrea Lopes (Estagiária)